Rio - As duplas brasileiras de vôlei de praia já estão em Sydney se preparando para a estréia nos Jogos Olímpicos. Todos têm grandes chances de medalha e as mulheres podem repetir o feito de 1996, em Atlanta,
quando fizeram uma final verde e amarela.
Campeã Olímpica ao lado de
Jaqueline, Sandra Pires não esconde a ansiedade em começar logo a competir.
Ela espera conseguir realizar o sonho do bicampeonato.
"O sonho vem antes de qualquer realização", disse. "O que posso fazer agora é sonhar
e alimentar esse sonho a cada partida, a cada adversária que enfrentarmos.
Cada vitória que a gente conseguir será um pouquinho desse que vai se
realizando."
Sandra espera que a dupla não sinta o período que ficaram afastadas devido a
uma contusão de sua companheira, Adriana Samuel, na paturrilha direita. Elas
perderam cinco etapas do Circuito Mundial e voltaram a treinar juntas em Los
Angeles há um mês, coordenadas pelo técnico Marcos Freitas.
"A contusão nunca me preocupou sobre minha participação nos Jogos
Olímpicos, eu só temia pelo ritmo de jogo", disse Adriana Samuel, medalha de prata em Atlanta.
A dupla gostou muito das condições da Praia de Bondi, onde serão realizados
os jogos de vôlei de praia, especialmente da areia fina. Sandra só chamou a
atenção para os fortes ventos, comuns na praia australiana. Segundo o
treinador, quem jogar na quadra central sentirá menos a influência do vento.
Sandra e Adriana Samuel estreiam na competição no dia 16 de setembro
enfrentando as cubanas Larrea e Fernandez, contra quem nunca jogaram. O fato
de as caribenhas serem desconhecidas não diminui a dificuldade da partida. As
brasileiras dizem ter informações de que as cubanas adotam no vôlei de praia
o mesmo estilo da quadra, com muita velocidade, bolas altas e um jogo de
muita força.
"Como elas não estão entre as favoritas, merecem atenção redobrada porque
não têm nada a perder", disse Adriana.
Apesar de formada por duas das quatro finalistas olímpicas em Atlanta, a
dupla não se considera favorita. Elas destacam as norte-americanas como
principais adversárias, além da outra dupla brasileira, Adriana Behar e
Shelda. Estas também já estão em Sydney e fizeram um treino de reconhecimento da quadra nesta segunda-feira.
Os bons resultados na atual temporada do Circuito Mundial fazem de Adriana
Behar/Shelda as grandes favoritas para a medalha de ouro. Elas tem
consciência da expectativa do público brasileiro e, de certa forma, assumem
essa condição com muito orgulho.
"Ouvimos muito isso na rua, antes de deixarmos o Brasil. As pessoas nos
reconhecem e cobram a medalha, é uma torcida muito positiva, mas também
exigente', disse Adriana.
Ela e Shelda estreiam nos Jogos Olímpicos dia 16, contra a dupla búlgara
Yanchulova e Yanchulova, duas irmãs que enfrentaram apenas uma vez, no
Circuito Mundial. Segundo a treinadora Letícia Pessoa, embora Adriana e
Shelda tenham vencido por 15 a 3 a dupla búlgara, o jogo foi mais difícil do
que insinua o placar.
"Elas estão subindo de produção no circuito mundial", disse Letícia.
O vento também é uma preocupação da dupla campeã pan-americana em Winnipeg,
em 1999. Adriana ressaltou a importância de se saber jogar nessas condições.
"Se não nos adaptarmos, podemos nos dar mal. Mas jogamos várias etapas do
Circuito Mundial com vento forte e isso nos dá uma certa experiência."
L!Sportpress