Sydney - Ao contrário da seleção brasileira de futebol masculino, trazida a Sydney pelo técnico Wanderley Luxemburgo "para sentir o clima olímpico", os atletas da delegação do vôlei de praia preferiram evitar o burburinho da Vila Olímpica, onde, durante os Jogos, deverão estar pelo menos 10 mil atletas de todo o mundo. "Eu estou numa fase em que prefiro ficar quieta. Sem muita agitação. Além do mais, a arena está aqui, na minha porta. Não há porque ficar na Vila", explicou a jogadora Sandra, medalha de ouro na Olimpíada de Atlanta, há quatro anos, e que será a porta-bandeira da delegação brasileira no desfile de abertura dos Jogos, dia 15.
O hotel onde está hospedada fica a menos de 100 metros da arena montada para as competições. Lá também estarão os colegas Emanuel/Loiola; Zé Marco/Ricardo e Adriana Behar/Shelda. "Mas eu vou até a Vila. Preciso dar uma passada por lá assim que puder. Mesmo porque, tenho que ensaiar um pouco o desfile. O Scheidt (o iatista Robert Scheidt, que empunhou a bandeira em Atlanta) me disse que aquilo é muito pesado. Vou ter de treinar um pouco", disse ela, que já fez um "teste" no Brasil. A pedido de uma emissora de TV, simulou um desfile com a bandeira pelo calçadão de Copacabana, zona sul do Rio.
As jogadoras Adriana Behar/Shelda entram para o torneio olímpico como as principais favoritas, mas garantem que não se sentem pressionadas. Disseram nesta segunda-feira, que o favoritismo é decorrência natural do retrospecto. "Nada além disso", diz Adriana. A jogadora conta que não foi feito nenhum trabalho especial visando os Jogos. "Para nós, o mais importante, foi manter o trabalho normalmente. Nós não perdemos o ritmo", garante. A dupla estava treinando em Los Angeles (EUA).
Shelda lembra que Olimpíada é um pouco diferente de uma etapa do Circuito Mundial, por exemplo. O fato de representar o país, diz ela, muda um pouco. "É uma competição impar, que você não sabe se vai poder participar de outra. Por isso, deve ser encarada de outra forma. Mas não é nenhum bicho-papão", diz.
Shelda lembra que já enfrentou as equipes dos Estados Unidos e Austrália (que estão entre as favoritas) várias vezes só neste ano e o retrospecto mostra que as brasileiras se deram melhor. "Já jogamos umas 10 vezes e ganhamos pelo menos 7", argumenta.
Apesar disso, elas são cautelosas. Lembram que o torneio será equilibrado e que será preciso "jogar muito" para chegar à final. As duas vão estrear no torneio no dia 16, contra as búlgaras Tzvetelina Yanchulova /Petia Yanchulova. Sandra e Adriana Samuel jogam no mesmo dia, contra as cubanas Grossa e Peraza.
Agência Estado