Sydney - A constatação de que "não existe nenhum Mike Tyson" nas provas do Concurso Completo de Equitação (CCE) pode acabar traindo a equipe brasileira da modalidade em Sydney. Ao contrário do que imagina Gustavo Pagoto, autor da frase, o neozelandês Mark Todd é o "Mike Tyson" da prova dos três dias e não tem a menor intenção de acabar surpreendido por um time de valorosos porém desconhecidos brasileiros.
"Trouxemos alguns ótimos cavalinhos para essa Olimpíada. Acho que temos todas as condições de aparecer bem aqui. É claro que no jogo das medalhas há sempre o fator sorte, mesmo assim eu estou otimista", disse Todd.
Todd tem duas medalhas de ouro em seu curriculum, Los Angeles (84) e Seul (88), além da medalha dourada por equipes que conquistou na Coréia, e a de prata na prova individual de Barcelona. Ele é o recordista de vitórias (25) em eventos internacionais da história, e recebeu simplesmente o título de "cavaleiro do século" para as provas de Concurso Completo.
Só para os jogos de Sydney, o neozelandês classificou cinco cavalos diferentes. Vai escolher o melhor deles em um grupo de animais onde todos têm vasta experiência internacional.
No sábado, quando acabou o período de quarentena dos cavalos, e a maioria dos conjuntos inscritos nas competições de CCE fizeram uma provinha amistosa no centro equestre de Horsley Park, Todd sequer entrou na pista.
Alto, 1m93, e muito magro, 75kg, o Tyson do CCE ficou só observando os adversários e cultivando uma espécie de falsa modéstia. "Não tenho a menor idéia de quem são os brasileiros. Cheguei agora e por isso ainda não sei quem está aqui ou não. Ainda é muito cedo para eu poder julgar como estão os adversários", disse.
Reuters