Sydney - O homem encarregado da equipe australiana de natação admitiu a derrota. Caiu por terra a tentativa de Don Talbot de convencer o mundo de que sua equipe cheia de estrelas não tem grandes ambições olímpicas.
Os australianos, cuja equipe de 44 membros inclui quatro detentores de recordes mundiais, é agora a mais séria ameaça à longa dominação dos EUA sobre a natação olímpica.
Mesmo Talbot foi obrigado a admitir que acha realmente que sua equipe pode derrotar os norte-americanos, contanto que recebam uma pequena ajuda externa.
"Não temos uma equipe tão forte para fazermos isso sozinhos... precisamos do resto do mundo nos ajudando", disse. "Não somos nós contra os EUA, é o mundo contra os EUA, tentando derrubá-los do seu pedestal", acrescentou.
Os norte-americanos sempre foram a elite da natação, acumulando 177 medalhas de ouro. A Austrália, com 38, está num distante segundo lugar.
A Austrália terminou na frente dos EUA quando sediou os Jogos em 1956, em Melbourne. Sua equipe, que incluía Dawn Fraser e Murray Rose, ganhou oito medalhas de ouro.
O país nunca mais alcançou essa marca, mas, na piscina de casa, e com a emergência súbita de uma nova geração de estrelas, as chances são boas.
"Vamos usar o público australiano o máximo que pudermos, como os norte-americanos fizeram em Atlanta."
Apesar da precaução de Talbot, o público australiano está esperando bastante de sua equipe em geral e de Ian Thorpe em particular.
O nadador de 17 anos é franco favorito nos 200 e 400 metros livres, competições em que ele detém o recorde mundial.
A Austrália tem ainda Michael Klim, atual campeão e recordista mundial dos 100 metros borboleta, e seu maior desafiador, Geoff Huegill.
Kieren Perkins ganhou os 1.500 metros nas últimas duas Olimpíadas e ainda detém o recorde mundial, mas o favorito é seu companheiro de equipe Grant Hackett, atual campeão mundial.