São Paulo - Em meio a uma crise interna entre a diretoria e o técnico Levir Culpi, o São Paulo enfrenta, pela primeira vez neste ano, a Ponte Preta, nesta quarta-feira, às 20h30, em Campinas, pela Copa João Havelange.
Os jogadores acreditam que o jogo pode ser uma batalha, como aconteceu nas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro de 99. "Foi uma guerra desde a nossa chegada a Campinas, quando nosso ônibus foi apedrejado", lembrou França.
Embora o time viva uma boa fase e tenha vencido suas últimas três partidas, o clima não é dos melhores. As declarações dadas por Levir na tarde de segunda-feira, chamando o ex-presidente José Augusto Bastos Neto de "burro", irritaram dirigentes do clube. Na manhã de ontem, José Dias, diretor de Futebol, pediu explicações ao treinador.
"Conversamos e já está tudo resolvido", garantiu o dirigente. "Disse ao Levir que, quanto menos falar, é melhor." Bastos Neto não aumentou a polêmica e disse apenas que Levir anda um pouco irritado. "Talvez ele esteja um pouco nervoso porque a idade está chegando", ironizou.
Assim que acabou a partida contra o Fluminense, no sábado, Levir perguntou a Dias se ele havia gostado da atuação do São Paulo. Dias disse que não e irritou o treinador, que deixou o estádio sem querer conversa.
As declarações de Levir contra Bastos Neto não foram bem-aceitas pela oposição, que vai pedir uma providência ao presidente do clube, Paulo Amaral. "O presidente tem de tomar uma atitude", comentou o ex-diretor de Futebol Pérsio Rainho. Amaral, porém, adiantou que não vai demitir o técnico.
Na terça, Levir recuou em seu discurso e disse que as críticas de Bastos Neto foram normais, mas garante não ter se arrependido das declarações que deu. Os jogadores preferiram não se envolver na polêmica para pensar apenas na Ponte Preta.
O Tricolor tem 15 pontos e está na 8ª posição. O time de Campinas tem 14.
Levir não deve fazer alterações no time que venceu o Fluminense. Nos últimos três jogos, o São Paulo marcou 9 gols e não sofreu nenhum.