Sydney - Mudou em nome, gênero e estilo a liderança da seleção brasileira de basquete feminino. As rainhas Paula e Hortência se aposentaram para deixar a ala Janeth Arcain como atleta mais experiente, famosa e consagrada.
Entrou em quadra uma líder de fala mansa, pensamento coletivo e nenhuma pretensão ao estrelato.
"Tudo o que acontece é natural. Posso ser líder pela experiência, mas temos um grupo muito bom, estamos trabalhando em conjunto com respeito muito grande e vontade de passar por mais este desafio", disse ela à Reuters.
Parte do discurso de Janeth é típico do slogan "jogar sem medo de ser feliz" que o técnico Antônio Carlos Barbosa pretende implantar na equipe.
"Só temos que vir e jogar com o grupo mais solto e mais leve. Todas as seleções, com exceção, claro, do time dos Estados Unidos, estão no mesmo nível", afirma ela.
Janeth sempre sorri quando fala e tem tempo para dizer o que pensa. Ela acha que o time está pronto para a primeira aventura olímpica da nova era.
"Faltam apenas alguns detalhes. Precisamos primeiro quebrar um pouco esta ansiedade. Depois temos que melhorar o rebote defensivo e ter mais atenção para não entregar tantas bolas. O jogo (amistoso) contra a Austrália foi ótimo. Perdemos por apenas um detalhe, e serviu para quebrar a ansiedade de jogar aqui. O resultado não importa. Ainda não é a hora de vencer", disse.
A jogadora mais experiente da equipe brasileira de basquete feminino diz que sem Paula e Hortência o time joga com menos obrigação de vencer.
"Temos muito menos pressão. O grupo todo divide a responsabilidade. Só precisamos mostrar para nós mesmos que somos capazes", afirma sempre com a voz mansa e o sorriso da calma liderança nos lábios.