Sydney - Último atleta a carregar a bandeira brasileira em uma Olimpíada, o ex-recordista mundial e medalha de ouro nos 1.500 metros, Joaquim Cruz, diz que só lamenta uma coisa naquela noite de julho de 1996, em Atlanta. "Faltou apenas beijar a bandeira", diz Joaquim, que hoje mora nos Estados Unidos.
Assim, ele dá um conselho para a jogadora de vôlei de praia, Sandra Pires, que vai substitui-lo na função nestes Jogos Olímpicos. "Se eu fosse a Sandra, daria um beijo antes de deixá-la com as outras bandeiras."
Para ele foi uma experiência emocionante e inesquecível. "Fiquei super nervoso e não sabia como me preparar emocionalmente para o teste", lembra o ex-corredor. "Ainda carrego comigo as lembranças daquele momento e todos os dias da minha vida encontro significado para aquela experiência tão bonita."
De acordo com ele, o peso e o vento podem atrapalhar, mas a sensação é compensadora. "O desconforto físico existe, mas é coberto por uma emoção forte e duradoura." Por isso, ele acha que o atleta nunca está suficientemente preparado. "Se a Sandra pensa que tem sentimento de ferro e é senhora de suas emoções, ela será desmontada na hora", avisa.
De qualquer forma, Joaquim elogiou a escolha da jogadora. "Ela é uma atleta de grande sucesso, uma heroína nacional e internacional que servirá de exemplo e orgulho para todos os que virão atrás dela", afirma. "Tenho certeza de que ela levará a bandeira com estilo fino e elegante."