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Ginastas sonham com o 10 olímpico
Quinta-feira, 14 Setembro de 2000, 22h55

Sydney - Nas Olimpíadas de Sydney será muito difícil, quase impossível, uma ginasta sair consagrada como a lendária romena Nadia Comaneci, primeira nota 10 da competição e ganhadora de cinco medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze. "Essa vai ser a disputa mais forte dos últimos 20 anos", opina o romeno naturalizado norte-americano, Bela Karolyi, que já orientou Comaneci e revelou a norte-americana Mary Lou Retton.

Transformou-se em referência quando levou os Estados Unidos ao inédito título de campeão por equipes em Atlanta, em 1996. A imagem de Kerri Strug, mancando depois de ter completado o último salto e assim permitir a histórica vitória norte-americana nos Jogos, não lhe sai da memória. Karolyin auxiliou-a na recuperação, retirou-se do esporte e vive em um rancho no Texas. Voltou à seleção a pedidos de funcionários da federação dos Estados Unidos.

Inspiradas na beleza e na plasticidade desta competição e, principalmente, em Comaneci, as brasileiras Camila Comin, de 17 anos, e Daniele Hypólito, de 16, lutarão por uma boa colocação na ginástica artística, a partir de sábado, que terá pela primeira vez a disputa do trampolim individual masculino e feminino. Apesar de não terem condições de pensar em medalha, como as norte-americanas, romenas (destaque para Maria Olaru) e russas (que terá a estrela Yelena Produnova e a Svetlana Khorkina), as brasileiras já fizeram história.

São titulares da equipe (Daiane dos Santos e Marília Gomes estão na reserva), que pela primeira vez tem duas representantes. Em Atlanta, em 1996, Soraya Carvalho não competiu por causa de contusão. Luíza Parente foi a única a estar entre as classificadas para uma final, em Seul, em 1988.

Mesmo com a medalha de bronze por equipes no Pan-Americano de Winnipeg, em 1999, Daniele e Camila sabem que a missão em Sydney será difícil. Para piorar, Daniele não poderá contar com o apoio de sua técnica, Georgete Vidor.

Daniele é hoje considerada a melhor ginasta do Brasil. Para conseguir chegar aos Jogos, treinou cerca de sete horas diárias. Individualmente, foi a melhor brasileira no Mundial da China, em outubro, ficando com a 40.ª posição.

Enquanto Daniele apenas confirmou sua condição de destaque, Camila foi uma verdadeira surpresa. Deixou para trás Daiane dos Santos, bronze por equipes, prata no salto sobre o cavalo e bronze no solo em Winnipeg.

Agência Estado

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