Sydney - Os Jogos Olímpicos constituem uma caixa de ressonância ideal para as minorias que lutam por seus direitos, mas também para certos grupos majoritários e, em especial, os cangurus, privados da palavra pela natureza. A Liga Mundial de Proteção aos Animais, cuja sede fica em Gladesville, Estado de Nova Gales do Sul (a capital é Sydney) quer aproveitar a ocasião da Olimpíada para denunciar com maior força “a matança dos marsupiais”.
A militante Halima Thompson, uma apaixonada da luta a favor do animal mais simbólico da Austrália, não se conforma diante de tanta matança: em 1999 foram aniquilados 2,5 milhões de cangurus e este ano já são 5,6 milhões.
E a revolta destes militantes não diminuiu nem diante da decisão governamental de fixar cotas de mortalidade em função da observação da espécie desde helicópteros.
O canguru é a espécie que mais prolifera na Austrália. “Alguma variedade deste marsupial corre o risco de ser extinta por completa, como ocorre com o bisão na América. Além disso, a raça se debilita necessariamente uma vez que os matadores procuram os exemplares mais vigorosos”, reclama Thompson.
"Você deseja admirar este magnifico animal em plena liberdade ou, pelo contrário, o prefere assado no ponto”?, diz a mensagem distribuída aos milhares para os visitantes que chegam a Sydney para os Jogos.
Embora façam parte da paisagem australiana, os cangurus foram esquecidos até pelos organizadores dos Jogos Olímpicos. Eles preferiram escolher como mascotes o equidna, o kookaburra e o ornitorrinco, espécies favorecidas com a etiqueta de “protegidas”, ao contrário dos desamparados cangurus.