Sydney - O paulista Tiago Camilo, que eliminou o favorito carioca Sebástian Pereira nas seletivas olímpicas, pretende surpreender novamente. Agora, nos Jogos de Sydney. Aos 18 anos, o peso leve nascido na cidade de Tupã sabe que não terá vida fácil na competição - a começar pelo adversário de estréia, na madrugada desta segunda-feira, o israelense Gil Offer, de 24 anos, vencedor do Torneio de Sófia, em fevereiro.
Na categoria feminina, a também paulista Tânia Ferreira enfrenta na primeira luta a canadense Michelle Buckingham. "Vou pegar um adversário forte de cara e, se passar, terei maior tranqüilidade pela frente", acredita o judoca, campeão mundial júnior em Cáli e de juventude em Moscou, as duas competições em 1998. "O importante vai ser estrear bem." A santista Tânia, de 26 anos, também não esconde a sua preocupação com a primeira luta. "A canadense é uma judoca bem experiente", comenta o atleta, que viajou ontem de Camberra, onde fez o período de aclimatação, para Sydney. "Vou ter de me empenhar ao máximo."
Mesmo confiante na manutenção da tradição de conquista de medalhas em olimpíadas - desde 1984, em Los Angeles, o esporte sobe ao pódio -, a equipe não começou bem na competição. O ligeiro Denílson Lourenço foi derrotado no primeiro combate pelo bielo-russo Natik Bagirov. A luta foi, porém, muito equilibrada, com o técnico Geraldo Bernardes chegando até a comemorar a vitória de seu atleta.
Inconformado com o resultado, Denilson, de 23 anos, recusou-se a cumprimentar o adversário e foi advertido pela arbitragem. "Não entendo o que aconteceu", limitou-se a dizer o atleta, nascido em Tupã, assim como Tiago Camilo. No ligeiro feminino, a gaúcha Mariana Martins, de apenas 17 anos - é a atleta mais jovem do judô na Olimpíada -, sofreu duas derrotas. Ela perdeu na estréia para a alemã Anna-Maria Gradante.
Mesmo assim, com a vitória da alemã na luta seguinte, ganhou o direito de ir à repescagem, mas foi derrotada pela belga Ann Simons no segundo combate. "Enfrentei duas adversárias mais experientes e mais fortes", comenta Mariana, que parece ser mais jovem do que já é. "Não fiquei decepcionada por ter perdido as duas lutas que fiz, apenas aborrecida", prossegue. "Sou nova e tenho muito a aprender ainda."
O ginásio do Exhibition Halls, no complexo esportivo de Darling Harbour, ficou superlotado no primeiro dia de competições. A grande maioria do público era formada por torcedores japoneses, que chegaram em várias excursões - uma das quais vestida com roupas orientais, o que chamou muito a atenção dos seguranças espalhados por todo o complexo. Os japoneses, aliás, controlam o esporte até na transmissão pela televisão, gerada por especialistas do país, a pedido dos técnicos australianos.
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