Sydney - A medalha de prata conquistada pelo peso leve Tiago Camilo, judoca de apenas 18 anos de idade, tirou um peso da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e pode abrir caminho para novas conquistas da equipe que está representando o Brasil em Sydney.
Com a desclassificação do experiente Henrique Guimarães na véspera e sem a presença de atletas de peso como o campeão olímpico em Seul 88 Aurélio Miguel, o judô brasileiro receava não honrar sua tradição de terceira modalidade com mais medalhas (agora 2 de ouro, 2 de prata e 5 de bronze) na história do esporte brasileiro.
A vitória de Tiago tirou boa parte da pressão sobre o médio Carlos Honorato, a meio-pesado Edinanci Silva e o pesado Daniel Hernandes, atletas que têm boas chances de medalha em Sydney. Também estão competindo o meio-pesado Mário Sabino e a pesado Priscila Marques.
"Essa medalha vai deixar os outros mais soltos", disse o técnico da equipe, Geraldo Bernardes. Na opinião do presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Joaquim Mamede, a prata de Tiago "ajudará a viabilizar algumas coisas" que a entidade pretende implantar. Ele não quis dizer quais coisas seriam essas.
A CBJ mantém seus atletas em regime total de concentração durante os Jogos Olímpicos. Os judocas que ainda não lutaram estão treinando na cidade de Canberra, longe da agitação de Sydney e do vai e vem da vila olímpica. A viagem do local de concentração para a cidade que está sediando a Olimpíada acontece dois dias antes da competição. "Assim eles não ficam andando de lá prá cá na vila", disse Bernardes. "Nos dois de descanso antes da prova, ficam liberados para fazer o que quiser".
A linha dura continua na CBJ. O mais novo medalhista brasileiro vai ter de disputar com o judoca Renan Pinto uma vaga na equipe que representará o País, no Mundial, em outubro.