São Paulo – O nadador Eric Moussambani roubou a cena na noite desta segunda-feira nas eliminatórias dos 100 metros livres. Dono de um dos três piores tempos de classificação antes dos Jogos de Sydney, ele foi colocado na mesma eliminatória que Karim Bare, do Niger, e Farkhovd Oripov, do Tarjiquistão. Porém, os dois rivais foram desclassificados por queima de largada.
Assim, Moussambani pulou sozinho na água e, com muita dificuldade, conseguiu completar o percurso de 1min52s72, mais de 1min depois dos melhores tempos. Se ele tivesse disputando com um dos principais nadadores, haveria tempo para que esses últimos colocassem uma piscina de vantagem.
De certo, Moussambani foi pelo menos 30 segundos mais lento que o vencedor da primeira final dos 100 metros, prova disputada em águas abertas no ano de 1896, em Atenas.
Moussambani completou a primeira metade da prova em 40s97. O recorde mundial do percurso é de 21.64. Até que o resultado não foi tão ruim.
Nos últimos cinquenta metros, Moussambani perdeu o fôlego e passou a nadar num estilo algo parecido com o "nado cachorrinho" e parecia que estava se afogando. Conseguiu chegar ao final da piscina impulsionado pela torcida, que vibrava como se o australiano Ian Thorpe estivesse na piscina.
Moussambani competiu graças a um plano da Federação Internacional de Natação (Fina) para promover o esporte. A Federação de seu país foi formada há apenas seis meses e tem em seus quadros apenas setes membros.
O nadador, de 22 anos, da Guiné Equatorial começou a nadar em janeiro, treinando numa piscina de 20 metros.
Moussambani teve a honra de carregar a bandeira de seu país na cerimônia de abertura dos Jogos. Agora, o nadador planeja competir nas Olimpíadas de Atenas em 2004.
"Quero mandar abraços e beijos para a torcida porque seus aplausos me incentivaram a continuar", disse.