Sydney - A prova dos 100 metros nado livre, cujas semifinais contam com o brasileiro Gustavo Borges, é um dos mais antigos eventos olímpicos da era moderna. Quando o barão de Coubertin idealizou recriar os jogos da antigüidade, a prova foi um dos três eventos da natação. Em Sydney, 75 nadadores se inscreveram para disputar as eliminatórias.
Desde a vitória do húngaro Anton Hagos, em 1896, até a final de Sydney (apontada como a mais espetacular da história pela quantidade e qualidade dos candidatos à vitória), os 100 metros nado livre criaram seus próprios mitos e lendas. O próprio Hagos – primeiro a inscrever seu nome na história, na falta de piscina, precisou vencer a prova nadando nas águas geladas do Mar Egeu, marcando um tempo considerado absurdo nos dias de hoje: 1min22s2.
Depois do fabuloso havaiano Duke Kahanamoku, vencedor em 1912 e 1920, chegou a vez de Johny Weismuller, primeiro a nadar a distância abaixo de um minuto, em 1924. Em 1964, em Tóquio, o norte-americano Don Schollander quebrou todos os prognósticos baixando o recorde olímpico – em poder do australiano Devitt - em quase dois segundos.
Doze anos mais tarde, outro norte-americano, Montgomery, consegue o que parecia impossível: nadar a distância abaixo dos 50 segundos. Em seguida, quem entrou para a galeria dos grandes nadadores da distância foi o russo Popov, vencedor das medalhas de ouro em Barcelona 92 e Atlanta 96, com tempos de 49s02 e 48s74, quase um minuto a menos que o pioneiro Hajos.
Curiosamente, se ainda estivesse vivo e nadando, o húngaro medalha de ouro em 1896 poderia, com o mesmo tempo de Atenas, vencer a primeira eliminatória das dez disputadas hoje: o vencedor, representante da Guiné Equatorial, marcou o tempo de 1min52s72. Trinta segundos a mais, 104 anos depois.
O placar das vitórias nos 100m nado livre, até Sydney, aponta doze vitórias para os nadadores dos Estados Unidos; três para Hungria e Austrália; duas para Rússia e uma para o Japão e a Alemanha Oriental.