Rio - Os 18 representantes do atletismo brasileiro - 15 homens e três mulheres - começam na noite do dia 21, às 20h (horário
de Brasília), a busca por medalhas nos Jogos Olímpicos de Sydney. O número
menor de integrantes com relação a Atlanta'96 (foram 41 atletas) se deve
principalmente ao alto nível exigido pela Confereração Brasileira de
Atletismo, que estabeleceu índices de qualificação bem mais rigorosos.
O grupo é forte e tem chances em algumas modalidades, como Claudinei
Quirino nos 200m rasos e o revezamento 4x100m rasos com o próprio Claudinei,
Vicente Lenílson de Lima, Edson Luciano Ribeiro e André Domingos da Silva.
Os técnicos, no entanto, evitam falar em medalhas e procuram encarar cada
prova de uma vez. O discurso é o mesmo dos atletas. O vice-campeão mundial dos 200m
rasos, Claudinei Quirino da Silva, um dos destaques do grupo, não gosta de
falar em favoritismo. Nem comenta as ausências de nomes como o recordista
mundial e campeão olímpico, Michael Johnson, e do campeão mundial da prova,
Maurice Greege, ambos dos Estados Unidos, além de Frank Fredericks, da
Namíbia.
"Não existe favoritismo sem estar na final. São três corridas para
chegar à final e quero pensar em uma de cada vez", disse Claudinei, 29 anos,
que vai disputar também o revezamento 4 x 100m.
O técnico Jayme Netto acredita que o velocista precisará repetir a
boa forma de 99 - quando marcou o novo recorde sul-americano com 19s89, em
11 de setembro do ano passado, na final
do Grand Prix da Federação Internacional de Atletismo Amador, em Munique - se quiser alcançar um bom resultado.
Responsável também pela preparação do revezamento 4 x 100m, Jayme está
confiante nas chances do grupo. Eronildes de Araújo é mais um nome importante da equipe de
atletismo. Tricampeão pan-americano dos 400m com barreiras, oitavo colocado
em Atlanta-96 e quarto no Mundial de Sevilha, ano passado, Eronildes está
entre os melhores do ano no ranking da federação.
Maurren Higa Maggi, de 24 anos, é a atual campeã pan-americana do
salto em distância e primeira sul-americana a saltar mais de sete metros na
prova (é a recordista sul-americana, com 7,26 m), Maurren é outra que evita
falar em medalhas. Para o técnico Nélio Moura, se Maurren saltar acima dos
sete metros, pode subir no pódio
"Estar participando dos Jogos já é uma coisa importante. Estamos
tranquilos, porque fizemos uma boa preparação", afirmou a saltadora.
A equipe do atletismo ganhou um reforço de última hora para a
disputa das Olimpíadas de Sydney. Sanderlei Parrela teve a sua acusação de
uso de doping anulada pela Federação Internacional de Atletismo na última
segunda-feira e poderá competir nos 400m rasos, prova em que é vice-campeão
mundial.
As provas começam na noite do dia 21, com Vicente Lenílson de Lima e
Raphael Raymundo de Oliveira disputando as duas primeiras rodadas dos 100m.
A primeira às 21h35min, e a segunda, às 06h45min do dia 22. Sanderlei
Parrela também vai à pista para a primeira rodada dos 400m, às 20h40 do dia
21.