São Paulo - Apesar de ter começado bem sua participação na Olimpíada com uma medalha de bronze no torneio de natação (revezamento 4x100metros) logo no primeiro dia de competições, e uma de prata no judô (categoria leve), o Brasil dificilmente repetirá em Sydney a sua melhor campanha em Jogos Olímpicos, obtida em Atlanta-96. Há quatro anos, com o maior número de atletas de sua história olímpica (400), o Brasil trouxe 15 medalhas, quase o dobro do total conseguido em Barcelona-92. Em Sidney, onde o COB colocou 205 nomes, apostando mais na qualidade do que na quantidade, talvez a coleção de medalhas chegue a 12 ou 13, sendo quatro ou cinco de ouro, o que superaria as três conquistadas em Atlanta-96.
Nas modalidades individuais, além do revezamento 4x100 metros, onde já obteve um bronze, a natação brasileira ainda pode chegar às finais nos 50 metros livre com Fernando Scherer (Xuxa), 3º em Atlanta, se não sentir a contusão no tornozelo que o tirou dos 100m livre para se poupar, a revelação Edvaldo Valério e nos 1.500m livre com Luiz Lima. Gustavo Borges, nosso maior nome na natação, que desta vez não quis nadar os 200 metros, nem chegou à final dos 100m livre.
O atletismo aposta no velocista Claudinei Quirino para o ouro nos 200 metros rasos, prova em que é vice-campeão mundial e na qual não terá a concorrência dos norte-americanos Michael Johnson (recordista mundial e campeão olímpico) e Maurice Green, eliminados na seletiva de seu país por contusão, e do namíbio Frank Fredericks. O Brasil pode chegar a uma medalha de bronze no 4x100 metros rasos e ir à final nos 400 metros rasos com Sanderlei Parrela, que havia sido suspenso por doping e só teve a punição anulada nesta segunda-feira; nos 400m com barreiras com Eronilde Araújo. No salto em distância, Maurren Magi, que obteve a melhor marca do mundo em 1999 (7,26 metros), tem alguma chance de bronze. Medalha nas provas de fundo e na maratona, só como surpresa.
Gustavo Kuerten, o Guga, o maior ídolo do esporte brasileiro na atualidade, estreou bem e apesar da qualidade dos concorrentes como Marat Safin e Patrick Rafter, reúne totais condições para trazer uma medalha, pelo menos de bronze. São grandes as chances de medalha de ouro no iatismo com Robert Scheidt na classe Laser (ouro em Atlanta) e tetracampeão mundial, e Torben Grael e Marcelo Ferreira na classe Star (ouro em Atlanta).
No hipismo, Rodrigo Pessoa, atual campeão mundial e tricampeão da Copa do Mundo (bronze na prova por equipes em Atlanta-96) é o favorito para conquistar a medalha de ouro. Por equipes o Brasil vai brigar pela medalha de bronze.
O judô que já teve seis representantes eliminados, conseguiu uma medalha de prata com Tiago Camilo e pode trazer mais uma possivelmente com Edinanci Silva.
A equipe de boxe, que já teve três pugilistas eliminados, tem chances (poucas) nos punhos de Kelson Carlos Pinto (meio-médio ligeiro), Laudelino Barros (meio-pesado) e Valdemir Pereira (pena), que já ganhou sua primeira luta.
A ginástica artística já colocou Daniele Hypólito na final geral por aparelhos (participam as 36 melhor classificadas na etapa eliminatória), mas as possibilidades de medalha são remotas. Nos esportes coletivos, apesar da má campanha até agora a seleção de futebol de Luxemburgo pode disputar o ouro, após o bronze em Atlanta. A equipe feminina, menos cotada, tem alguma chance de chegar ao bronze, depois de ter sido quarto colocada em Atlanta e terceira no Mundial.
Do vôlei de praia masculino e feminino pode-se esperar duas medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze. No caso das mulheres, é provável uma final brasileira. Já no vôlei de quadra, as chances maiores são de medalha de bronze para o time feminino do que para o masculino, embora não se possa descartar a possibilidade de a equipe masculina subir ao terceiro lugar do pódio.
Nos demais esportes, incluindo o basquete feminino e handebol feminino, só mesmo com uma surpresa, muito pouco provável, o Brasil terá medalhas.