Sydney - O recordista mundial e campeão olímpico dos 200 e dos 400 metros rasos, o norte-americano Michael Johnson, disputará a Olimpíada de Sydney, a partir desta quarta-feira, com sapatilhas com microprismas de ouro 24 quilates. É uma inovação que o milionário velocista texano, que completou 33 anos no dia 12, apresentou nesta terça-feira no salão de eventos montado pela sua fornecedora de material esportivo, na Austrália.
Johnson já competiu com sapatilhas douradas em Atlanta, em 1996, quando ganhou três medalhas de ouro (200, 400 e 4 x 400 metros rasos) e bateu o recorde histórico dos 200 metros rasos, com a marca de 19s32. O ouro sempre foi a sua marca registrada. Além de vitórias e de dezenas de títulos, o corredor sempre ostentou um grosso cordão no pescoço em suas atuações.
Em Sydney, Johnson está inscrito apenas nos 400 e no revezamento 4 x 400 metros. Ele não conseguiu vaga na equipe norte-americana nos 200 metros, por não ter completado a prova, em julho, na cidade californiana de Sacramento. "Fiquei muito desapontado na época", reconheceu o velocista, que abandonou a corrida com cãibras. "Agora, estou feliz por estar aqui e por poder tentar ganhar medalhas em duas provas."
Dono absoluto da prova dos 400 metros nos últimos anos, Johnson quebrou o recorde mundial da especialidade, em Sevilha, no ano passado, com 43s18. Este ano, ele tem as três melhores marcas da temporada, com 43s68, 43s92 e 44s07. Para a Olimpíada, garante estar pronto para ser rápido novamente. "Estou me sentindo muito bem fisicamente e, se tudo der certo, posso correr para novo recorde", afirmou o velocista, que disputará a última olimpíada de sua carreira.
"Estou aqui para aproveitar o máximo a competição e fazer o meu melhor na pista." Para Johnson, a australiana Cathy Freeman, que irá tentar repetir em Sydney os feitos do corredor norte-americano em Atlanta, deverá ser muito forte para suportar todas as pressões da Olimpíada. "Não é fácil competir num nível tão alto de estresse e, por isso, acho que Cathy terá de ser muito forte", observou Michael Johnson. "Quanto mais desafios superamos, mais dinheiro ganhamos, mais pressão, mais trabalho e mais cuidados precisamos ter."
Fora dos 200 metros rasos, o recordista mundial não quis fazer prognósticos sobre a prova, que não terá também a participação do atual campeão do Mundial de Sevilha, Maurice Greene, que também se contundiu nas seletivas norte-americanas. "Vamos ver se o Floyd consegue vencer", brincou Johnson, referindo-se ao seu compatriota Floyd Hear. A ausência de Johnson deixa, na verdade, a prova aberta e, agora, sem o brilho literal das sapatilhas douradas do velocista norte-americano.