São Paulo - Para o ex-centroavante Milton Cruz, atualmente desenvolvendo a função de observador técnico no São Paulo, a seleção brasileira vai passar “até com certa facilidade” pelo Japão, nesta quarta-feira, em Sydney. Cruz garante que não está fazendo previsões otimistas demais. E explica: “Acho que o Brasil perdeu na hora certa para a África. A derrota foi uma lição. Contra o Japão o time voltará a jogar com seriedade e vai ganhar bem”, aposta.
Milton Cruz guarda com carinho a medalha de prata que ajudou a seleção brasileira ganhar, em 1984, na Olimpíada de Los Angeles: “Ainda fiz um gol contra a Arábia naqueles Jogos”, recorda o ex-jogador com ponta de orgulho.
Já Estevan Soares, ex-treinador da Ponte e, perto de acertar com um clube do futebol português, aponta a falta de conscientização profissional dos brasileiros nas competições como fator preponderante que levou a seleção de Luxemburgo a perder para a África: “Após a primeira vitória contra a Eslováquia já havia uma clima de oba-oba que parecia que o Brasil já era ouro. Por isso houve em seguida uma natural desmotivação contra os africanos”.
Para Estevan é necessário ter espírito de competição sempre: “Quando se vai para um torneio é preciso incutir na cabeça do grupo de jogadores que todos os jogos valem medalha. O que a gente percebe é que, às vezes, por falta desta preparação emocional, o time entra com excesso de vaidade dentro de campo”. O treinador acredita que o Brasil passa pelo Japão, mas sem facilidades. Estevan Soares chegou a ser convocado em 1976 para jogar a Olimpíada de Montreal, no Canadá. Mas na última hora foi cortado porque fraturou a perna. Em seu lugar, o técnico Cláudio Coutinho, na época, levou Tecão.