Brisbane - O futebol dos japoneses surpreendeu os atletas da seleção brasileira. Do banco de reservas, alguns comentavam, incrédulos, o que viam no The Gabba.
O meia Roger contou como comportou-se o grupo diante das arrancadas perigosas da equipe do Japão e dos dribles debochados de Nokamura. "Não esperava que estivessem tão bem", declarou. Para o jogador do Fluminense, não existe mais "fronteiras" entre o futebol sul-americano e o asiático.
O atacante Lucas também fez elogios aos adversários e manifestou sua admiração pela técnica e habilidade de alguns deles, como o meia Salai. Lucas lembrou ainda da ausência do melhor jogador do Japão, Hidetoshi Nakata, atualmente na Roma e que nesta quarta-feira cumpria suspensão. Lucas atribuiu essa evolução a Zico, um dos principais responsáveis pela integração Brasil-Japão no futebol desde o final dos anos 80.
De acordo com Alex, os talentos individuais e o potencial do Japão deram um toque de sofisticação à partida. Apesar disso, assegurou que o Brasil entrou em campo preparado para enfrentá-lo. "Melhor foi termos feito o primeiro gol; correr atrás de um resultado adverso, na atual circunstância, seria complicado."
O meia reconheceu os erros da equipe e alertou sobre a necessidade de o Brasil ter de melhorar para disputar a medalha de ouro.
A pressão sofrida pelo grupo após a derrota para a África do Sul, segundo Alex, trata-se de "uma coisa normal" para quem está na seleção. O grande mérito da equipe, em sua avaliação, foi ter impedido que o Japão criasse tantas chances de gol como os africanos, no jogo de domingo. O capitão da equipe não quis assumir a responsabilidade pela vitória, mesmo tendo sido autor do gol da vitória. Na última partida, ele adotou uma postura humilde, ao se apresentar como culpado pela derrota, por ter desperdiçado várias oportunidades.
O meia Fabiano comentou com otimismo a trajetória do Brasil no torneio e manifestou sua confiança na conquista do título. "Passamos pela primeira final, faltam três." Ele garantiu que em nenhum momento acreditou na volta antecipada da delegação para Rio e São Paulo. Por telefone, Ronaldinho prometera à sua mãe, dona Miguelina, marcar um gol nos japoneses. Depois do jogo, voltou a manter contato com ela para justificar os erros de finalização e renovar a promessa.