São Paulo - Gil de Ferran faz nesta quinta-feira o último teste da temporada da Indy em Fontana, na Califórnia. Depois a Penske arrancará para tentar o título de 2000 nas três provas finais do ano. "A vontade de ganhar o campeonato está superando o cansaço. A equipe quer vencer de qualquer jeito", disse nesta quarta-feira o piloto brasileiro.
Líder da classificação de pilotos, Gil de Ferran abriu uma pequena vantagem de 8 pontos sobre Roberto Moreno, 10 sobre Michael Andretti e 15 sobre Paul Tracy. Adrian Fernandez e Kenny Brack mantém chances de vitória.
O que muda, agora, é que a Penske analisará, corrida a corrida, a possibilidade de uma estratégia de equipe, com os dois pilotos, para beneficiar Gil de Ferran. Hélio Castro Neves é o sétimo colocado com 107 pontos. "Em Madison, o Hélio me ajudou e ganhei um ponto", diz Gil de Ferran.
Helinho e Gil fizeram dobradinhas em Mid-Ohio e Laguna Seca. Se as posições se invertessem depois de uma ordem do box, Gil teria 8 pontos a mais. "Nós disputamos em igualdade de condições. Agora é diferente: o campeonato vai ser decidido", justifica.
Na Indy desde 95, Gil foi vice-campeão em 97. "Naquele ano, eu estava lutando para me manter em segundo. Agora todos estão tentando me superar. Este é o meu melhor ano na Indy. E nunca me senti tão esgotado na carreira de piloto", diz. Algumas seqüências com três provas em três finais de semana consecutivos - como as corridas de Vancouver, Laguna Seca e Madison - exigiram muito de pilotos e demais membros das equipes. "Vinte provas no ano é duro. Você tem que considerar ainda os testes, treinos e viagens", confessa. "A saída é alcançar um equilíbrio com descanso e ginástica nos dias de folga."
Tanto Gil como Helinho marcaram a maioria de seus pontos nos circuitos mistos. Dos 137 pontos de Gil, 83 foram em mistos e 54 em ovais; dos 107 de Helinho, 92 foram conquistados em mistos e 15 em ovais. O piloto nega, entretanto, que os engenheiros da Penske tenham fracassado no acerto dos carros nos ovais. "Nós tivemos mais problemas nos ovais. Mas eu venci no oval de Nazareth, por exemplo. Acho que temos condições de preparar o carro tão bem para o oval como para o misto", diz Gil de Ferran.
O teste desta quinta-feira no oval de Fontana - ao lado das equipes Patrick e Green - é procurar o acerto ideal do Reynard/Honda para as 500 Milhas de Fontana, dia 29 de outubro, última prova do campeonato. Antes dela, sem nenhum teste programado, a Indy terá as corridas de Houston, no Texas, dia 1º de outubro, e Surfer’s Paradise, Austrália, 15 de outubro.
"O plano é liquidar o campeonato nas duas próximas. Se eu ganhar uma delas e marcar bons pontos na outra vai ficar difícil para meus concorrentes", revela Gil. O piloto, entretanto, sabe que a disputa será dura no final. "Eu contava que o Roberto Moreno já estivesse fora do páreo. Mas ele ressurgiu e está na briga outra vez".
Gil permanecerá na Penske em 2001 independente do resultado do campeonato. "Nunca me senti tão bem em uma equipe. O entendimento é perfeito", assinala. Mas sonha em pilotar o carro nº 1, no ano que vem, honra concedida ao campeão da temporada anterior. Émerson Fittipaldi, em 89, foi o único brasileiro a vencer um campeonato da Indy. "A equipe toda está de pé em baixo. Acho que estamos no caminho certo", conclui.