Brisbane - O técnico Wanderley Luxemburgo parecia aliviado e não escondia a satisfação por ter levado o Brasil à primeira colocação do Grupo D do torneio de futebol da Olimpíada. Num dos momentos da entrevista, após a vitória contra o Japão, admitiu ter cometido um erro na partida anterior, contra a África do Sul, e disse que a última derrota serviu como um aprendizado para ele e os jogadores da equipe.
"Eu acho que me equivoquei expondo a seleção ao risco de desclassificação, assumo o que fiz", declarou, referindo-se a duas substituições promovidas no final daquele jogo e não à polêmica troca de Geovanni por Mozart.
Nesta quarta-feira, mais cauteloso, Luxemburgo preferiu apenas enaltecer os atletas e também o time do Japão, o qual apontou como um dos favoritos à disputa de uma medalha em Sydney. O técnico chegou a elogiar a atuação de Ronaldinho e contou que só o tirou de campo por que pretendia observar o desempenho de Lucas.
A hipótese de demissão em caso de uma eventual eliminação da equipe foi comentada com bom humor pelo treinador, preocupado em não dimensionar a importância da vitória sobre o Japão. Certo de que um novo resultado ruim poderá suscitar novas especulações sobre sua permanência na seleção, Luxemburgo assegurou ter a palavra do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de que continuará no cargo até o Mundial de 2002.
"Se perco um jogo, estou ´prestigiado´, se venço, muda tudo de novo." Na conversa com os atletas, antes de a delegação seguir para o The Gabba, Luxemburgo falou sobre como lidar com "a pressão no trabalho".
O técnico Philippe Troussier também deixou o estádio feliz. Sua equipe obteve a classificação para as quartas-de-final e vai enfrentar agora os Estados Unidos. Ele passou a receber informações sobre o jogo Eslováquia 2 x 1 África do Sul quando seu time tentava o empate contra o Brasil. Por celular, era informado por assessores. Ao final das duas partidas, frisou que perdeu para uma seleção de qualidade. "O Brasil é sempre o Brasil."