Sydney - A grande preocupação da seleção brasileira para o jogo de amanhã contra a Croácia, a partir das 4h30 de Brasília, chama-se Barbara Jelic, uma das maiores atacantes do mundo, denominada pelo técnico Bernardinho como o Oscar do vôlei feminino. A partida, válida pela penúltima rodada da fase de classificação, é decisiva para as duas equipes, que buscam fugir do confronto com Rússia e Cuba, os mais bem classificados no outro grupo, nas quartas-de-final.
O treinador brasileiro acha difícil impedir a atleta, de 23 anos, de ser a maior pontuadora do jogo da mesma forma que considera complicado evitar que Oscar seja o cestinha de seus times. Por isso, admite que terá atenção toda especial na marcação do bloqueio e da defesa. O objetivo é diminuir ao máximo a efetividade ofensiva de Barbara.
"Ela já chegou a fazer mais de 50 pontos numa partida e, para nós, resta tentar reduzir esta conta para 20 ou 30 no máximo", explica Bernardinho, que elogia também Natasha Leto, que jogou na Uniban/São Bernardo, e Elena Cebukina no time adversário. "Vamos enfrentar uma equipe com estilo russo, bastante experiente."
A concentração do jogo em uma só atacante e o sistema completamente diferente de atuar da Croácia, em comparação ao do último adversário, a China, exigirão mudança tática no Brasil. "Vamos enfrentar uma equipe mais lenta, mas mais forte fisicamente", analisa o treinador. "A atenção do sistema bloqueio-defesa terá de ser muito maior."
Brasil e Estados Unidos, o último adversário da equipe nesta fase, são os únicos invictos no grupo A. Os dois times devem decidir no domingo o título da chave e o direito de enfrentar o último colocado do outro grupo nas quartas-de-final. A Croácia teve a sua invencibilidade quebrada pelos Estados Unidos ontem por 3 a 0 (25/19, 25/18 e 25/16).
Se brasileiras e norte-americanas têm boa campanha, as chinesas estão dando vexame. Elas são a maior decepção até agora, perdendo os três jogos disputados e dificilmente conseguirão vaga para a próxima fase. Na derrota para o Brasil por 3 a 0 (25/14, 25/21 e 25/18), na madrugada de ontem, a seleção da China mostrou-se totalmente desconcentrada, nem de longe lembrou a tradição de um time que ostenta a condição de vice-campeão olímpico e mundial.
Susto - A tranqüilidade do Brasil só não foi maior por causa de um susto: a atacante Érika deslocou a rótula ao tentar uma defesa no terceiro set, quando o time vencia por 19/9. A jogadora chegou a chorar de dor, mas saiu da quadra andando, demonstrando alívio. "Doeu demais e a perna ficou travada", lembra a jogadora, que seria reavaliada horas mais tarde. "O importante é que o time jogou bem e não deixou a China reagir."
Bernardinho espera contar com a jogadora amanhã. "Já tivemos problemas com a Virna e a Fofão", diz.