Sydney - O bonito sorriso da atacante Leila ganhou maior intensidade nesta quarta-feira, após a sua boa atuação na vitória da seleção brasileira de vôlei feminino sobre a China, por 3 sets a 0, no ginásio do Entertainment Centre. Depois de algumas partidas sem brilho, em que chegou até a perder a condição de titular para a novata Elisângela, a jogadora do Flamengo demonstrou estar novamente em forma.
Leila foi responsável pela marcação de 22 pontos - 21 de ataque e 1 de bloqueio - dos 75 marcados para o Brasil. "Acho que finalmente desencantei", vibrou a atleta, que completa 29 anos no dia 30. "Foi um ótimo jogo de toda a equipe brasileira e eu estive particularmente feliz."
Para a brasiliense Leila, que há nove anos defende a seleção, a vitória contra as chinesas foi uma espécie de estréia na Olimpíada. "Os jogos contra Quênia e Austrália foram muito fáceis", observou. "A partida contra a China marcou realmente o início da competição para nós", prosseguiu. "Temos certeza de que de agora em diante as dificuldades só aumentarão."
A receita para os próximos jogos do Brasil na Olimpíada, segundo Leila, é bem simples: seriedade e concentração. "A experiência ensina que precisamos ter os pés no chão e focar os adversários um a um", comentou. "Não podemos ficar preocupadas com os jogos das quartas-de-final ou da semifinal agora", continuou. "A meta imediata é a Croácia, nossa próxima adversária."
Leila considera a partida contra as croatas menos complicada no ponto de vista tático do que o jogo contra as chinesas. "Elas têm uma atacante, a Barbara, que concentra todo o jogo do time", lembrou a canhota, ex-jogadora de handebol. "As chinesas, por causa da velocidade e da excelente defesa, exigem mais atenção e paciência."
A atacante brasileira tem uma legião de fãs na Ásia e é admirada até mesmo pelas jogadoras da China. A capitã Yue Sun, por exemplo, elogiou o desempenho da adversária, "decisiva" para a vitória do Brasil. No último Grand Prix, encerrado em agosto, em Manila, Leila chegou a receber convites para fazer um filme, tamanho o sucesso que faz nas Filipinas.
Baixinha para os padrões atuais do vôlei, Leila, de 1,79 metro, conseguiu encaixar bem o seu jogo contra as chinesas, utilizando a velocidade e o ataque de fundo de quadra como principais armas. Érika e Virna, que vinham se destacando até agora na pontuação do time, tiveram atuações individuais discretas.