Sydney - Os homens mais rápidos do mundo são os destaques da etapa de abertura do torneio de atletismo da Olimpíada de Sydney, que começa no início da noite desta sexta-feira no horário de Brasília. O Brasil participa da prova dos 100 metros rasos, que terá duas séries eliminatórias, com três representantes: Raphael de Oliveira, Cláudio Souza e Vicente Lenílson.
O grande favorito para a final de sábado é o norte-americano Maurice Greene, campeão e recordista mundial, com o tempo de 9s79. Além dos 100 metros, a equipe brasileira estará representada nos 400 metros rasos, com Sanderlei Parrela, liberado da acusação de doping, e no salto triplo, com Luciana Alves dos Santos. A expectativa dos velocistas brasileiros é grande.
Raphael, de 21 anos, por exemplo, não vê a hora de entrar na pista do Estádio Olímpico de Sydney e sentir o clima da competição. "A ansiedade é muito grande, principalmente depois de um longo período de treinamento e de aclimatação", comenta o atleta, nascido em São José do Rio Preto. "Vou tentar fazer o melhor que puder”.
O melhor, segundo o técnico Jayme Netto Júnior, é a repetição dos melhores resultados individuais de cada um. O treinador lembra que os três corredores inscritos são jovens e que a experiência que terão nesta Olimpíada será fundamental para as próximas competições internacionais. Para ele, a passagem de um representante para as semifinais já será um grande resultado. "Eles são novatos e temos de pensar mais à frente", explica Netto Júnior. "A ansiedade por que estão passando, o clima de competição e a oportunidade de enfrentar adversários fortes são uma experiência fundamental para a evolução de todos eles”.
A melhor marca de Raphael é 10s20, obtida em maio, na altitude de Bogotá. Ao nível do mar, o melhor resultado do atleta é de 10s30. Cláudio tem 10s24 (em Manaus), enquanto Lenílson é o mais rápido de todos, com 10s18, obtidos na vitória no Troféu Brasil, em agosto, no Rio. De acordo com estimativas de Jayme Netto Júnior, para passar para as semifinais, os atletas vão ter de completar a prova com um tempo em torno de 10s15. Os dois velocistas mais experientes do País - Claudinei Quirino e André Domingos - decidiram correr apenas o revezamento 4 x 100 e os 200 metros rasos.
Nos 400 metros, o desempenho de Sanderlei é uma incógnita. Afinal, depois de três meses suspenso preventivamente, ele está sem ritmo de competição. Além disso, o atleta santista sofreu um desgaste psicológico muito grande, compensado apenas na terça-feira, com sua liberação. "Vou tentar acertar a corrida o máximo que puder", diz o atleta. "O que conseguir será lucro”. O técnico Luiz Alberto de Oliveira conta que nos três meses de suspensão sempre procurou incentivar o seu atleta, mesmo duvidando, às vezes, de sua liberação. "Tinha dia em que ele me ligava dez vezes por dia, desanimado, e eu tratava de encorajá-lo", lembra. "Eu sempre falei que ele iria correr, mesmo nos momentos mais difíceis."