Sydney - O sonho da medalha olímpica em duplas terminou na primeira rodada e de forma melancólica para os tenistas brasileiros Gustavo Kuerten e Jaime Oncins. Guga baixou a cabeça e demonstrou abatimento ao perder a partida contra os canadenses Sebastien Lareau e Daniel Nestor por 6/1 e 6/4, em 1h03m. Oncins, mais que abatido, ficou inconformado com a derrota e, principalmente, com a péssima atuação de ambos. Hoje com 30 anos, ele sabe que dificilmente terá oportunidade de participar dos Jogos de Atenas, em 2004.
Apesar de não estar entre as favoritas destacadas a medalha, sua parceria com Guga era a melhor oportunidade de subir ao pódio nas duas Olimpíadas que disputou. Em Barcelona/92, Oncins jogou o torneio de simples e o de duplas, ao lado de Luiz Mattar. Em Sydney, foi inscrito somente no torneio de duplas. Ou seja, sua participação nesse torneio durou pouco mais de uma hora.
Em 80 anos de participação olímpica, o Brasil nunca ganhou uma medalha no tênis e Jaiminho, como é chamado o número 30 do mundo em duplas, queria fazer história. Sua irritação e frustração ficaram evidentes quando, na quadra, xingou a si mesmo e gritou em desespero.
"O problema não é perder, mas perder jogando tão mal", disse. "Num torneio da ATP, o jogador perde num dia e uma semana depois se está novamente em quadra, ao contrário da Olimpíada, que acontece de quatro em quatro anos".
Questionado sobre a possibilidade de estar em Atenas/2004, ele respondeu com uma mistura de irritação e desânimo. "Não sei o que vou fazer nos próximos meses, o que dizer daqui a quatro anos".
O melhor duplista do Brasil chegou em Sydney com uma semana de antecedência. Nesse período, treinou forte com Gustavo Kuerten pelo menos duas horas por dia. Um dos treinos foi terça-feira com a dupla número um do mundo, os australianos Mark Woodforde e Todd Woodbridge.
Eles simularam um set e houve equilíbrio. Dois dias depois, os quatro se cruzaram novamente nas quadras de treino. Os australianos perguntaram aos brasileiros se queriam jogar novamente. A resposta foi negativa. No jogo desta sexta-feira, tudo o que foi exaustivamente treinado, como saque e voleio, falhou. Também ficou evidente a falta de equilíbrio emocional no primeiro set.
Fatores externos como vento e o sol fortes não interferiram no resultado do jogo, segundo Guga. "A gente queria incomodar um pouco mais, ir além", disse Kuerten. Não se pode falar em falta de entrosamento da dupla. Em 12 partidas disputadas por ambos na Copa Davis, venceram 10. No torneio de Hong Kong, depois dos Jogos Olímpicos, eles vão jogar novamente em dupla.
Depois de vencer as chinesas Na Li e Ting Li por 6/4 e 6/2, a dupla feminina Vanessa Menga/Joana Cortez volta à quadra na noite deste sábado para enfrentar as húngaras Petra Mandula e Katalin Marosi-Aracama, na segunda rodada do torneio. A boa apresentação da estréia deixou as brasileiras animadas.