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Guga quer outra Olimpíada, mas nega obsessão pelo ouro
Segunda-feira, 25 Setembro de 2000, 07h21

Sydney - Gustavo Kuerten reagiu com um misto de tristeza e resignação à eliminação no torneio de tênis dos Jogos Olímpicos. "Não estou decepcionado com o meu desempenho. Só estou um pouco triste por ter perdido", disse o tenista, minutos depois da derrota por 2 sets a 0 para o russo Yevgeny Kafelnikov, pelas quartas-de-final do torneio. "Seria muito bom se pudesse ir mais longe, mas hoje enfrentei um adversário duro, muito difícil e que jogou muito bem", argumentou.

Guga disse que a experiência de uma Olimpíada foi "gratificante" e que deverá levar "coisas muito legais daqui".

Ao ser perguntado que tipo de "coisas" estaria levando de sua primeira olimpíada, Guga respondeu. "Sentimentos. Coisas abstratas, como o relacionamento com os atletas; a possibilidade de acompanhar treinos e jogos de outros brasileiros, compartilhar vitórias e derrotas", explicou. "Tudo isso é coisa nova para mim", acrescentou. "A maior parte do tempo eu ando sozinho por aí, acompanhado apenas do Larri", explicou, referindo ao seu treinador.

O tenista disse que se sentiu "muito feliz" por ter participado dos Jogos. O tenista adiantou que pretende voltar a disputar olimpíadas, mas não vai fazer da medalha de ouro uma obsessão. "Para mim, medalha era estar aqui. Participar dos Jogos, viver o clima de uma olimpíada. Mas não dá pra viver em função disso. A busca por uma medalha olímpica deve ser uma motivação a mais", afirmou.

Guga reagiu com estranheza à pergunta sobre se trocaria um título do circuito mundial por uma medalha olímpica. "Não é possível comparar as duas coisas. Eu queria muito ganhar uma medalha, mas também quero ganhar títulos no circuito. Ganhar um título de Grand Slam, por exemplo, é uma coisa muito importante. Não dá pra trocar", disse.

Além da experiência de vida, o torneio olímpico serviu para que Guga recuperasse a liderança na Corrida dos Campeões. Ao chegar nas quartas-de-final, o brasileiro somou 643 pontos e ficou três à frente do russo Marat Safin, o segundo colocado. "Eu não joguei preocupado com isso. A liderança veio naturalmente. Eu só fico feliz porque no ano passado, a esta altura do ano, eu nem pensava na liderança", disse.

O tenista fica na Vila Olímpica até o dia 29, mas não volta para o Brasil. Parte para um torneio em Hong Kong.



Agência Estado

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