Rio - O argentino Diego Maradona aproveitou o tempo que passou em Havana, recuperando-se dos problemas causados pela dependência química de cocaína, para escrever uma biografia, que será lançada em breve e se chamará "Eu sou Diego".
Em trechos publicados nesta segunda-feira pelo jornal espanhol Marca, o argentino fala do seu gol de mão marcado na vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 1986, assim como da jogada antológica, na mesma partida, em que driblou toda a defesa inglesa.
"Não sei como pulei tão alto. Levantei minha mão esquerda e coloquei a cabeça para trás. Peter Shilton não tinha idéia do que estava acontecendo e Fenwick, que estava vindo logo atrás, foi o primeiro a reclamar. Todos os ingleses estavam protestando com o árbitro, e Valdano dizia para eu ficar quieto, como uma enfermeira em um hospital", descreve Maradona.
O ex-jogador confirma que o segundo gol contra a Inglaterra foi o mais bonito da sua carreira, e revela que a Guerra das Malvinas, que terminara em 1983, foi uma espécie de motivação para os argentinos nesse jogo: "Apesar de termos dito que a partida não tinha nada a ver com a Guerra das Malvinas, sabíamos que muitos argentinos haviam sido mortos lá como moscas."
Maradona disse que sempre achou que tinha que escrever sobre sua vida e que, mesmo após o livro, tem a sensação de que falta alguma coisa. Na biografia, ele também aponta os cem melhores jogadores de todos os tempos, segundo a sua opinião.
Além de nomes previsíveis, como Pelé, Cruyff e George Best, ele inclui também Zinedine Zidane, apesar de considerar que falta alegria ao francês. Também está presente Peter Shilton, um dos poucos goleiros na lista e com quem Maradona se disse decepcionado, por não ter sido convidado para a partida de despedida do inglês.