Sydney - Uma reunião sem a presença do técnico Antonio Carlos Barbosa mudou a atitude das jogadoras de basquete do Brasil para a partida desta quarta-feira, contra a Rússia, pelas quartas-de-final do torneio olímpico.
Comandadas por Janeth, as jogadoras conversaram longamente sobre a situação do time e tentaram encontrar razões para o fraco desempenho da equipe no torneio. O Brasil se classificou em quarto colocado no grupo e vinha de derrotas para a França e Canadá. Em cinco rodadas, venceu apenas duas vezes.
"A gente descobriu que não era apenas uma questão técnica. Que o problema não deveria ser resolvido apenas pelo treinador. A gente descobriu que cada uma tinha de se superar. Teria de dar mais de si para o time", revelou a armadora Helen.
O Brasil superou o favoritismo da Rússia e venceu a partida, num final emocionante. Com o resultado, garantiu vaga na semifinal, onde vai enfrentar a Austrália. "A gente sabia que hoje era o dia da renúncia do ego em prol do grupo. E foi assim", disse a jogadora Adriana. "A palavra-chave da reunião foi superação", contou Janeth. "Em determinados momentos do jogo, dava a impressão de que éramos seis em quadra. O banco vibrava junto com o time", disse ela. "Além da superação, a sorte ainda esteve do nosso lado"´ completou a jogadora.
"Ninguém acreditava na gente, mas nós confiamos na união do grupo e mostramos que somos capazes", dizia a pivô Alessandra, um dos principais destaques do time e a cestinha do Brasil, com 17 pontos. "Nós ganhamos no momento em que precisávamos ganhar e agora que estamos entre os quatro, queremos o ouro", disse a pivô Cintia. "A Janeth não estava, mas nós jogamos por ela", acrescentou a jogadora.
Janeth passou a maior parte do jogo no banco. No primeiro tempo foi poupada pelo treinador e quando voltou, na segunda etapa, jogou pouco mais de dois minutos. Teve de deixar a quadra, após a quinta falta individual.