Foram quatro anos de sofrimento. Eliminado nas oitavas-de-final em Atlanta,
o hoje medalha de prata Zé Marco comeu o pão que o diabo amassou até subir
ao pódio em Sydney. Ao lado de Ricardo, ele esperava por um brilho mais
reluzente no vôlei de praia, mas acredita estar de alma lavada com seu
desempenho na paradisíaca Bondi Beach.
"Passei por um verdadeiro inferno e nenhum dirigente me apoiou. Voltei ao
Brasil, em 96, como um ladrão. Até algumas pessoas que diziam ser amigas se
afastaram. Fui obrigado a ouvir muitos desaforos na rua, que havia
amarelado. Essa medalha de prata é a melhor resposta aos que me crucificaram
nos últimos anos", desabafou Zé Marco.
Certo de que os dirigentes tentarão pegar uma carona na conquista, o atleta
garante estar vacinado contra a bajulação. "É sempre assim. Na vitória, eles
aparecem para dar tapinhas nas costas; na derrota, entregam você aos leões."
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