Sydney - Venus Williams e Yevgeny Kafelnikov dominaram o tênis nas Olimpíadas, mas o torneio revelou jovens promessas que também deixaram suas marcas.
A russa Elena Dementieva, de 18 anos, e o alemão Tommy Haas, de 22, levaram medalhas para casa, mas o melhor ainda virá para ambos.
Dementieva provou que sua passagem para as semifinais do Aberto dos Estados Unidos neste mês não foi casualidade, e que há outras jogadoras russas além de Anna Kournikova a serem observadas.
Com um forehand feroz e espírito competitivo afiado, Dementieva bateu outra estrela ascendente, a australiana Jelena Dokic, de 17 anos, para chegar à disputa pela medalha de ouro. A contusão da campeã de 1996, Lindsay Davenport, abriu as portas para as ávidas adolescentes.
Haas, que para Boris Becker seria o próximo grande jogador alemão, chegou às Olimpíadas apesar das contusões que o atrapalharam na maior parte do ano.
O alemão fez o melhor que pôde na final contra Kafelnikov, lutando durante cinco sets duros antes de cair.
O jogo que decidiu a medalha de bronze masculina também apresentou novos jogadores: o francês Arnaud Di Pasquale, de 21 anos , que venceu o suíço Roger Federer, de 19.
Os tenistas mais novos tiveram uma ótima oportunidade para brilhar nos Jogos por causa da ausência de alguns dos líderes do ranking. A óbvia determinação dos jovens em vencer pelos seus países deu ao torneio uma intensidade similar à da Copa Davis.
Andre Agassi, campeão de 1996, desistiu devido a problemas de saúde em sua família, e o norte-americano Pete Sampras não quis participar.
Seis tenistas desistiram antes do início do torneio, possivelmente temendo os efeitos do cansaço do recente Abertos dos Estados Unidos.
Dos seis participantes das quartas-de-final do Aberto, apenas o francês Arnaud Clement conseguiu vencer um jogo antes de ser eliminado em Sydney.
Safin, cujo triunfo sobre Sampras no Aberto mexeu com o mundo do tênis, foi o maior fiasco dos Jogos.
Sua odisséia de viagens -- de Nova York para Tashkent, onde venceu outro torneio, para Sydney -, terminou com uma frustrante eliminação na primeira rodada pelo manhoso francês Fabrice Santoro.
A competição de duplas terminou em decepção para o famoso duo australiano ``The Woodies.''
Todd Woodbridge e Mark Woodforde, vencedores em 1996, foram batidos pelos canadenses Sebastien Lareau e Daniel Nestor. Este último também eliminou outro favorito australiano, Patrick Rafter, na primeira fase de simples.
O torneio feminino foi dominado por Venus Williams, que aumentou sua invencibilidade para 32 jogos consecutivos ao vencer Dementieva por 6-2 6-4 na final.
Williams, que tem agora seis títulos, incluindo os de Wimbledon e do Aberto dos Estados Unidos, formou dupla com a irmã Serena para ganhar das holandesas Kristie Boogert e Miriam Oremans por 6-1 6-1 -- a maior lavada em finais olímpicas.
As Williams tornaram-se as primeiras irmãs a levar o ouro das olimpíadas. Venus juntou-se a Helen Wills (1924) na galeria das únicas mulheres detentoras de duas medalhas de ouro nos mesmos Jogos.
Monica Seles ganhou o bronze sobre Dokic.
Venus Williams, cuja performance deu aos EUA a terceira vitória dupla consecutiva em Olimpíadas, está invicta desde as quartas-de-final do Aberto da França.
Ela chegou a cogitar a retirada das quadras em consequencia de uma tendinite nos pulsos, mas agora parece imbatível.
Williams ainda tem um longo caminho até ameaçar o recorde de Martina Navratilova, que em 1984 venceu 74 jogos seguidos.
Mas a técnica Billie Jean King faz um prognóstico covarde: ''Acho que Venus está com 75 por cento de seu potencial em simples e 50 por cento em duplas'', diz a ex-campeã do Grande Slam.