Sydney - O prefeito da Vila Olímpica, Graham Richardson, tornou públicos segredos do lado menos glamouroso dos Jogos de Sydney. Seringas, roubos, problemas de transporte e outros escândalos também têm feito parte da vida dos 16 mil atletas que vivem nas casas da Baía de Homebush enquanto participam das competições.
Entre as revelações, Richardson afirma que foram encontradas seringas nos quartos de atletas de pelo menos 20 delegações esportivas, mas os búlgaros foram considerados recordistas. Duas pessoas da equipe de limpeza foram feridas com as agulhas deixadas nos lixos da delegação daquele país e, apesar dos pedidos para que fossem usados os lixos especialmente designados para material hospitalar, os chefes de missão nada fizeram para resolver o problema.
Segundo Richardson, que não quis entrar no mérito do conteúdo das seringas, os voluntários feridos passaram dias de tormento até se certificarem de que não haviam contraído nenhum tipo de infecção. Por causa desse problema, o prefeito decidiu que os búlgaros não contariam mais com serviços de limpeza. O prefeito da Vila Olímpica acredita, com base nas seringas encontradas em alguns quartos, que vários atletas deixaram a Vila antes de competir alegando contusão, estavam na verdade com medo dos exames antidoping dos Jogos.
Richardson também revelou que existiram quatro ou cinco acusações de roubo envolvendo atletas. Alguns deles foram identificados e enviados de volta para casa por seus comitês olímpicos sem o registro de queixa formal na polícia. Também foi registrado um caso de atleta que foi expulso da delegação por ter tentado destruir o escritório do comitê olímpico de seu país e outros três casos de tentativas de estupro, que não foram registrados em delegacia.
Apesar das dificuldades e dos escândalos, o prefeito da Vila Olímpica admite que seu maior problema durante os Jogos foi com o sistema de transporte. Segundo Richardson, somente no primeiro dia dos Jogos o esquema chegou a funcionar adeqüadamente e o trabalho para resolver este tipo de problema acabou tomando três quartos de seu tempo de trabalho na administração da Vila Olímpica.
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