São Paulo - O auxiliar do técnico Wanderley Luxemburgo na seleção brasileira, Candinho, disse nesta sexta-feira considerar normal a demissão da comissão técnica pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, caso o fato seja concretizado.
"Técnico vive de resultados", resumiu. "Nós ganhamos a Copa América e o Pré-Olímpico, mas, agora, perdemos a Olimpíada e não fomos bem em algumas partidas das eliminatórias", prosseguiu.
"Se o Ricardo Teixeira não estiver satisfeito com o nosso trabalho, até logo e obrigado; não ficaremos aborrecidos."
Curiosamente, os membros da comissão técnica da seleção receberam, na noite de quinta-feira, a convocação da CBF para se apresentarem no Aeroporto Tom Jobim na quarta-feira, no Rio, para seguirem até Teresópolis, onde a equipe irá se preparar para o jogo contra a Venezuela.
Candinho disse, porém, que esse tipo de procedimento é de rotina e não significa que a comissão será mantida. "Talvez os funcionários da CBF que tenham nos enviado essas reservas de avião e a convocação nem saibam o que o Ricardo Teixeira está pensando", ressaltou.
"Provavelmente eles seguiram um programa." As possibilidades de Ricardo Teixeira anunciar a demissão de Wanderley Luxemburgo na segunda-feira são muito grandes, mas o novo treinador ainda não deverá ser apresentado.
É possível, até, que Teixeira apenas dê um tempo de licença a Luxemburgo para posteriormente tornar pública sua demissão e anunciar o nome do técnico que o substituirá, Luiz Felipe Scolari.
O cruzeirense ainda não acertou todos os detalhes do contrato com a CBF. Segundo uma pessoa ligada à entidade e à comissão técnica, Candinho deverá mesmo dirigir o time em Maracaibo, no dia 8, contra a Venezuela, pela nona rodada das eliminatórias para a Copa de 2002.
O auxiliar, contudo, disse que apenas viaja com a seleção se houver um acordo entre Luxemburgo e Teixeira. "Uma coisa tem de ficar clara: somos éticos", disse. "Tudo vai depender da conversa entre o Wanderley e o Teixeira para saber se nós vamos continuar ou se apenas dirigiremos o time contra a Venezuela", completou.
"Eu posso até ir sozinho, mas vai depender do aval do Wanderley Luxemburgo, que me convidou para ser seu auxiliar." Não existe cláusula de multa por rescisão no contrato do técnico com a CBF.