Vanderlei Cordeiro de Lima, um dos três maratonistas brasileiros que
participarão da última prova da Olimpíada na madrugada deste domingo,
resolveu mandar um recado à torcida: não deve sonhar com uma medalha. O
ex-bóia-fria fez um autêntico discurso de derrotado na Vila Olímpica, ao ser
questionado sobre o que se poderia esperar dele ao longo de 42,195
quilômetros pelas ruas de Sydney.
"Não estou 100 por cento fisicamente. Sofri uma contusão no México durante a
preparação para os Jogos e fiquei um bom tempo sem treinar. Se o ritmo for
maneiro, posso me comportar bem, mas se for puxado, lutarei apenas para
terminar a prova", disse Vanderlei, ouro no Pan-americano de Winnipeg, em
99, e vice-campeão da maratona de Tóquio, em 98.
Ele afirmou ainda que as pressões sobre ele, Eder Fialho e Osmiro Silva (os
outros representantes do país na corrida) já começaram, em razão das poucas
medalhas obtidas pelo Brasil até agora, mas ninguém deve esperar grandes
resultados.
"O pessoal precisa entender que os melhores atletas do mundo estarão na
briga por uma medalha. Não é como uma corrida no Pan-americano", justificou
Vanderlei, primeiro brasileiro a cobrir o percurso em menos de 2h09min - na
maratona de Tóquio, em 96, cruzou a linha de chegada em primeiro com o tempo
de 2h08min38s.
Veja também a coluna Diário de Sydney