Belo Horizonte -
Confira abaixo a entrevista com Carlos Alberto Parreira, técnico do Atlético-MG:
Está perto de você completar quatro meses no Atlético. O time está como deseja?
Ainda não pois estamos encontrando dificuldades. Hoje estamos com vários jogadores se recuperando de contusão e com o clube sem poder de investimento para trazer outros jogadores. O nosso trabalho ficou limitado com jogos de competições difíceis. Não houve uma seqüência ideal.
Quem é o favorito no clássico?
O Cruzeiro neste momento está com uma possibilidade um pouco maior porque tem um elenco maior e oferecendo mais opções ao seu treinador. Não é reclamação e nem choro, mas é uma limitação que temos. Isso não inviabiliza a nossa vontade ganhar o jogo. Pelo contrário, pensamos até em classificação que é o nosso objetivo.
O futuro técnico da Seleção Brasileira vai estar no banco de reservas neste clássico?
Prometi que a partir de hoje (ontem) não falo mais de Seleção. Já falei tudo que tinha para falar até ontem (quinta-feira). Já abordei o assunto de uma maneira bem franca. Não é hora de falar da Seleção porque Wanderley Luxemburgo continua como treinador.
As atenções estarão voltadas para o banco de reservas onde estarão vocês dois.
Não será isso que definirá quem será o treinador da Seleção Brasileira. Não existe isso. Existe sim, a realização de um trabalho. O Luiz Felipe, pelo que fez nos últimos anos, se ele for o indicado, caso o Wanderley Luxemburgo saia, a escolha terá sido mais adequada, a do bom senso.
A filosofia de trabalho de Carlos Alberto Parreira é a mesma do amigo Luiz Felipe Scolari?
Temos basicamente a mesma filosofia. Gostamos da equipe organizada em campo, que se feche e marque bem, que saiba jogar futebol e que seja competitiva.
Vocês dois são bons amigos?
Somos muito afinados. A nossa relação é muito saudável.
Mas vocês se enfrentam pela primeira vez num clássico mineiro, podendo ser também a última.
Aqui é a primeira, mas já nos enfrentamos outras vezes. Agora é uma oportunidade excepcional num clássico mineiro valendo pontos para a classificação.
O que você sabe do clássico?
Me passaram tudo. As emoções e as brigas das torcidas. Que o Atlético só sobrevive se ganhar do Cruzeiro. O mesmo ocorre com o Cruzeiro. Não precisa ser campeão, basta que um ganhe do outro. Estou vivendo este clima que é muito gostoso. Futebol é bom exatamente por isso.
E isso tudo mexe também com você?
Claro que mexe. Não posso ficar indiferente dentro dessa participação da imprensa, dos torcedores do Atlético e do Cruzeiro. Com essa rivalidade não tem como ficar insensível.
Qual o trunfo que você tem para esse jogo?
Esses não são jogos decididos na técnica e na tática. Acho que a importância do treinador é na maneira de um time jogar, na filosofia que ele vai aplicar. O jogo será decidido com muita determinação colocando o coração na ponta das chuteiras. Essa partida tem uma coisa a mais que transcende simplesmente o futebol. O time que se doar mais em campo sairá vencedor.
Luiz Felipe te convidou para tomar um chimarrão...
Depois do jogo eu vou.