Belo Horizonte – O técnico do Cruzeiro, Luiz Felipe Scolari, vez vários elogios ao seu adversário desta tarde, o técnico atleticano Carlos Alberto Parreira. Os dois são os principais favoritos a substituir Wanderley Luxemburgo na seleção brasileira, caso a sua demissão seja confirmada nesta semana. A seguir, trechos da entrevista do treinador.
O torcedor mineiro e a imprensa brasileira estarão de olho hoje no Mineirão. Não só pelo clássico, mas porque a partida vai reunir de um lado Luiz Felipe Scolari e do outro Carlos Alberto Parreira, dois nomes cotados para assumir o cargo da Seleção Brasileira. O que pensa disso?
Posso afirmar, mais uma vez, que não há nada sobre Seleção Brasileira. Tanto eu quanto Parreira já afirmamos categoricamente que não há nada. Agora, com relação ao Parreira temos muitas semelhanças na armação tática das nossas equipes. Temos também grande preocupação em trabalhar o grupo e, além disso, somos criticados por, segundo algumas pessoas, sermos retranqueiros. Mas nossos times, ao contrário, fazem muitos gols. Existe uma diferença. O Parreira é uma pessoa refinada, um verdadeiro gentleman. Eu sou mais carrancudo.
Fala-se também da possibilidade de os dois trabalharem juntos na Seleção Brasileira. Que análise faz disso?
Somos bons amigos, com grandes afinidades. E bons amigos são aquelas pessoas que numa situação difícil não ficam sozinhos. Mas não há nada. Vou até convidá-lo para tomar um chimarrão aqui na Toca, mas acho que ele não vai aparecer.
Vai disputar hoje o primeiro clássico contra o Atlético, grande rival do Cruzeiro. Qual a sensação?
Estou calejado. Porque já disputei como técnico vários clássicos no Sul (o Grenal no Rio Grande do Sul) e em São Paulo com o Palmeiras. É uma partida como outra qualquer e que vale três pontos. Mas para o torcedor a história é diferente. Por exemplo, com o Palmeiras neste ano eliminamos o Corinthians na Libertadores. Na final acabamos perdendo para o Boca Juniors, mas o torcedor do Palmeiras não ficou muito chateado com a perda do título, porque já havíamos tirado o rival. Torcedor é assim mesmo. Mas não é isso que temos que passar para nossos jogadores. Ele precisa estar preparado para, daqui a 15 dias, enfrentar o Juventude, com a mesma dedicação e seriedade. Mas de qualquer jeito é uma sensação nova aqui em Minas. Nesses três meses que estou no Cruzeiro, é a primeira vez que o Benecy (referindo-se ao supervisor do clube Benecy Queiroz) aparece aqui durante uma entrevista coletiva. Agora, quero ver o Mineirão cheio, com nossa torcida incentivando o time até o final da partida. Não posso esquecer que foi num clássico contra o Internacional, em 1987, que conquistei meu primeiro título.
Você conhece a forma de jogar do Atlético. Como pretende neutralizar suas principais armas?
Conheço as características dos jogadores do Atlético. Vou tentar passar isso para os jogadores do Cruzeiro. A gente sabe que o Gallo é um grande líder. E espero que o Guilherme erre os chutes e cabeçadas para a gente ter chance de vencer a partida. Agora, quem pode definir melhor o Atlético é o Parreira, que conhece bem seus jogadores. O Cruzeiro é um time com qualidades técnicas e táticas, com média de 6,5. Quero uma equipe estável.