Rio - A demissão do cargo de técnico da seleção brasileira não encerrou o inferno vivido por Wanderley Luxemburgo, que vai depor, nesta segunda-feira, na Polícia Federal, sob acusação de falsidade ideológica.
A idade contida na sua carteira de identidade é incorreta, como admitiu um de seus advogados. A pena prevista para o crime é de um a cinco anos.
No passaporte de Luxemburgo, consta que ele teria 45 anos, com data de nascimento de 1955. Quando o treinador chegou ao Brasil, um dos seus advogados, Júlio Leitão, admitiu que ele tem 48 anos, tendo nascido em 1952. Segundo Leitão, Luxemburgo foi registrado quando tinha três anos, mas não tinha consciência disso. Ou seja, o advogado disse que o técnico não sabia a própria idade.
A afirmação de Leitão deixa claro que o técnico deve dizer a polícia que tem 48 anos. O depoimento será esta segunda-feira de manhã no Aeroporto Internacional do Rio/Tom Jobim. Ao embarcar para Sydney, para participar da Olimpíada, Luxemburgo informou à PF, também no aeroporto, que tinha 45 anos.
Quando tira o passaporte, a pessoa é responsável pelas informações contidas no documento. Assim, a alegação de que o treinador seria inocente por não saber a idade não é válida. Se for confirmado que a sua idade no passaporte é falsa, Luxemburgo terá cometido o crime de falsidade ideológica.
Além do depoimento, a PF está procurado indícios para comprovar a idade do treinador. Uma fonte da polícia informou que fotos antigas, documentos e outros depoimentos poderão ser utilizados como prova. O inquérito que investiga o caso está instalado desde 12 setembro.
As dúvidas em relação a sua idade não são o único problema enfrentado por Luxemburgo. Ele vai ter de depor este mês na 8ª Vara da Justiça Federal, no processo que investiga a suspeita, admitida pelo treinador, de sonegação de imposto de renda. A estudante de direito Renata Carla Moura Alves também vai prestar esclarecimentos à Justiça.