São Paulo - Em meados de novembro, espera retomar sua carreira de técnico negociando com algum clube para entrar em 2001 dirigindo um time de prestígio. Tem como preferência trabalhar no futebol paulista. O São Paulo é um sonho antigo.
Na véspera de ser demitido da seleção, Luxemburgo fez uma projeção nada animadora do que pode acontecer com o futebol brasileiro. "Não adianta criar falsa expectativa. Não temos mais os melhores jogadores do mundo. Nem adianta cobrar identidade dos atletas com o futebol brasileiro. Os melhores estão na Europa, identificados com os clubes de lá, com a cultura do futebol europeu, e isso não vai mudar em curto prazo. Os reflexos estão na seleção brasileira."
Luxemburgo recomenda ao técnico, que será eleito por Ricardo Teixeira, atenção especial à nova geração. "Não adianta pensar apenas no time que vai disputar a seqüência das Eliminatórias. Se não olharmos para os jovens jogadores, vamos pagar caro na Copa de 2002. Formei um novo grupo, apostei nos garotos na Olimpíada também pensando na próxima Copa. A base de 2002 terá muito dos garotos que foram a Sydney, quem sabe mais o Denílson, Felipe, Pedrinho que não jogaram a Olimpíada. Esses meninos e mais a base que está disputando as Eliminatórias são o nosso futuro."
O ex-treinador da seleção disse que estava formando essa nova geração e ainda iniciando o trabalho com a seleção Sub-17, quando foi surpreendido pela série de denúncias que o arrancaram do time brasileiro. "Quem não olhar para estes garotos vai ficar na mão. O futebol brasileiro vai perder muito e poderemos entrar no mesmo processo que a Alemanha está vivendo. Eles não conseguem formar uma nova geração. Corremos esse risco."