Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI ) do Senado criada para investigar denúncias de irregularidades no futebol brasileiro, dentro de duas semanas, deverá ter seu quadro ampliado de 11 para 13 senadores e poderá ouvir em primeiro lugar a ex-secretária do treinador Wanderley Luxemburgo Renata Alves. As duas propostas são do autor do requerimento que criou a CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
"Devemos ouvir em primeiro lugar quem está fazendo as denúncias mais recentes" opinou o senador. Renata denunciou supostas irregularidades na negociação de passes de jogadores.
A CPI deverá investigar não apenas a sonegação de impostos e contribuições, mas também fraudes cambiais, lavagem de dinheiro e até irregularidades nas vendas de ingressos nos estádios, que levantam suspeitas sobre a arrecadação de muitos jogos. "A rejeição à transparência é um sério sintoma", comentou o senador, criticando a resistência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em aceitar a fiscalização externa, seja de uma CPI ou de outras instâncias.
Dias argumenta que as irregularidades no futebol provocam "subtração de recursos públicos" e estão sujeitas à investigação parlamentar, apesar da interpretação contrária de alguns "cartolas". "Essa discussão está encerrada, pois a CPI já está criada", comentou Dias. O aumento do número de senadores na CPI foi solicitado pelo PT, que quer ter um segundo representante na comissão. Para que este pedido seja atendido, terá que haver também o ingresso de um quinto senador do PMDB, para que seja mantida a proporcionalidade com as bancadas no Senado.
Os senadores já indicados para a CPI são os seguintes: PMDB-Titulares:Maguito Vilela (GO), Gilvan Borges (AP), Renan Calheiros (AL) e Gilberto Mestrinho (AM); Suplentes-Ney Suassuna (PB), Gerson Camata (ES) e Agnelo Alves (RN). PFL- Não indicou seus quatro representantes. PSDB-titulares: Àlvaro Dias (PR) e José Roberto Arruda (DF); suplente: Antero Paes de Barros (MT). Bloco Oposição- Titular: Sebastião Rocha (PDT-AP).