Rio - O presidente de honra da Fifa, João Havelange, fez severas críticas aos parlamentares brasileiros responsáveis pela CPI do futebol e da Nike. "Todos os dias são celebrados inúmeros contratos entre diversos tipos de empresas, porque não se faz uma CPI para investigar todas essas negociações?", indagou."Querem o futebol só porque oferece visibilidade?"
Havelange defendeu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfatizando a independência da instituição. "A CBF não presta serviços e não depende do governo, pelo contrário, são eles que se beneficiam com os bons resultados obtidos pela seleção".
O dirigente absolveu o ex-técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo. Ele lembrou que o treinador obteve mais vitórias do que derrotas no comando da equipe. Sobre a CPI envolvendo Luxemburgo, Havelange enfatizou que os problemas a serem investigados por ela nada têm a ver com futebol.
A derrota da seleção em Sydney foi considerada um fato normal por Havelange. Segundo ele, o trabalho desenvolvido no continente africano enquanto ocupava a presidência da Fifa está produzindo resultados satisfatórios. Ele declarou ter ficado contente com a vitória da seleção de Camarões, da mesma maneira de quando o Brasil foi derrotado pela Nigéria nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 96.
"O futebol brasileiro ainda é o melhor do mundo, por exemplo, hoje temos aproximadamente 600 brasileiros jogando no exterior". "Não existe motivos para ficarmos surpresos com as vitórias africanas", afirmou.