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Ricardo Teixeira afirma que salário o fez optar por Oswaldo
Sábado, 07 Outubro de 2000, 00h56
Atualizada: Sábado, 07 Outubro de 2000, 14h59

Em entrevista exclusiva, o presidente da CBF revela que o técnico do Vasco tem o perfil que ele deseja para a seleção, diz não temer a CPI e pede uma limpeza no futebol

Teresópolis - A campanha medíocre da seleção brasileira nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, a humilhação do futebol na Olimpíada de Sydney, o fracasso do torneio João Havelange e, principalmente, as ameaças de Comissão Parlamentar de Inquérito do futebol fizeram Ricardo Teixeira reagir. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez revelações que podem mudar o futuro do maior esporte no país.

Foram 60 minutos de entrevista surpreendente. Ricardo Teixeira se cansou das respostas evasivas. Anunciou o fim dos superpoderes do treinador da seleção brasileira, que passará a partir da próxima semana a ser um subalterno de um coordenador. Depois de muito analisar, o dirigente chegou à conclusão que Oswaldo de Oliveira, do Vasco da Gama, é que tem o perfil mais próximo de dirigir a equipe.

Teixeira também tornou público um lado obscuro do poder. "Cansei da chantagem que me faziam com a CPI. Para colocar o Gama, o Juventude, o Bahia na Copa João Havelange me ameaçavam com a CPI. Agora quem quer essa investigação sou eu. Todos os contratos da CBF e das federações estarão abertos para investigação. Quero a ‘caixa preta’ aberta. Provem que sou ladrão! Agora, se não provarem, essas pessoas vão me pagar."

Você tem medo da CPI do futebol?

Ricardo Teixeira - Não tenho. Pelo contrário. Agüentei calado muitas acusações sem fundamento. Cansei. Vou colocar todos os meus senadores e deputados federais para trabalhar pela CPI. Quero tudo investigado. Podem revirar os contratos da CBF com a Globo, Nike e Coca-Cola. O Pelé não diz que eu sou corrupto? Então ele vai ter a chance de ir para Brasília me acusar. Mas outras pessoas também vão acusá-lo e vamos chegar até o fim para ver quem rouba e quem não rouba.

Por que está mudança de atitude? A CBF não é uma entidade privada com seus contratos protegidos?

Teixeira - É, mas cansei de ser chantageado. Para colocar o Gama, o Juventude, o Bahia na Copa João Havelange me ameaçavam com CPI. Agora quem quer essa investigação sou eu. Todos os contratos da CBF e das federações estaduais de futebol estarão abertos para investigação. Quero a ‘caixa preta’ aberta. Provem que sou ladrão. Agora, se não provarem essas pessoas vão me pagar.

Por que você está tão seguro que não vai ser punido?

Teixeira - Porque sou uma pessoa séria. Na CBF não existe caixa dois. Pagamos todos os impostos. Tenho prova disso. Todas os recibos estão na contabilidade. As pessoas ficam usando a imaginação e ficam inventando histórias. Fiquei calado muito tempo. Mas agora chega. E vou avisando que a investigação não será superficial. Quero todo mundo falando em Brasília.

Como assim, todo mundo?

Teixeira - Quem ganha dinheiro com futebol. Precisam ser convocados a depor os dirigentes, os jogadores, os presidentes dos clubes, os donos de televisão, os empresários, os jornalistas. Vamos ver quem sonega imposto, quem não sonega. Vou ajudar a ir fundo mesmo. Vamos fazer uma limpeza. Quero todas as contas analisadas.

O que pode acontecer com o futebol brasileiro depois dessa CPI?

Teixeira - Eu também quero ver! Chegou a hora de desmistificar muita bobagem. Tem jornalista que me ataca há anos e não tem uma prova de nada, nada! Esse sujeito vai ter de se explicar e ficará claro que o desonesto, o mentiroso não sou eu.

Do lado prático, quando começará essa CPI?

Teixeira - Não sei, mas vou adiantar que toda a contabilidade da CBF estará aberta a partir da próxima semana. Cabe agora aos políticos de Brasília se reunirem e começar logo a convocar depoimentos. Quero ser logo o primeiro a ser chamado a depor. Chega de ameaças, chantagens. A hora é de colocar as cartas na mesa e separar a realidade da fantasia.

Não teme perder o cargo de presidente da CBF?

Teixeira - Não. Porque sei como trabalho. Posso ser investigado de cabo a rabo. Agora quero ver quem que pode adotar a mesma postura que eu. Vou sugerir que muitas pessoas sejam investigadas. E tem mais: quem exige punições agora sou eu! Chega de brincadeira! Vamos falar sério!

Muita gente disse que você demitiu o Wanderley Luxemburgo para dar a cabeça dele à CPI e se safar.

Teixeira - Uma imbecilidade. Nunca vi um massacre tão grande no mundo esportivo quanto o que fizeram com o Wanderley. Eu o demiti porque ele não tinha mais condições para ser o treinador da seleção brasileira de futebol. Ele tem de tratar de limpar a imagem dele. Confio nele como pessoa e sei que vai se recuperar. É um grande treinador de futebol. E foi muito ético comigo, também. Não pediu um tostão a mais do que tinha direito na sua rescisão de contrato. Uma pena que seu trabalho não deu certo na seleção.

Já decidiu quem será o novo técnico da seleção brasileira?

Teixeira - Vou falar pela primeira vez: acabou a era dos técnicos com superpoderes. O próximo treinador será subalterno do coordenador de seleções. Quem tem de aparecer é o jogador, não o técnico. Ele deverá ser uma pessoa “light”, competente e que assuma ser mais um membro da equipe. Não a equipe.

E quem tem esse perfil hoje no Brasil?

Teixeira - O Oswaldo de Oliveira, técnico do Vasco da Gama, merece uma ficha nesta aposta. Não falo que será ele o treinador porque ainda ouvirei o coordenador de seleção e decidiremos juntos. Mas o Oswaldo se encaixa no perfil que eu penso.

E o coordenador?

Teixeira - Não vou falar porque ainda não cheguei à conclusão. Só adianto que será uma pessoa vivida, com moral para levar uma seleção à Copa do Mundo. E não será o Parreira. Eu o anunciarei na segunda ou no máximo na terça-feira. Daí escolheremos o treinador que dirigirá a equipe contra a Colômbia.

O dinheiro pesará na escolha do treinador?

Teixeira - Lógico. Fiquei assustado quando soube quanto ganhavam os treinadores de clubes no Brasil atualmente. Não posso investir milhões de dólares em um só profissional. Aliás, já aviso que a próxima comissão técnica será a mais enxuta possível. Mas, antes disso, quero a CPI do futebol. E o mais rápido possível. Vamos ver quem é ladrão.

Jornal da Tarde


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