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Candinho promete dedicar vitória para Luxemburgo
Domingo, 08 Outubro de 2000, 01h01
Atualizada: Domingo, 08 Outubro de 2000, 01h04

Teresópolis - Em clima de fim de festa, o técnico Candinho, de 55 anos, vai dedicar a vitória sobre a Venezuela, caso ela ocorra, a seu amigo Wanderley Luxemburgo, que o levou à seleção brasileira em 1998, quando assumiu o cargo. "É mais do que merecido", disse. Por se dizer fiel ao companheiro, o treinador já respondeu ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que deixa o comando da equipe após a partida de hoje, independentemente do resultado. E, ainda este ano, deve assumir um clube.

Teixeira gostaria que Candinho ficasse no cargo até o jogo diante da Colômbia, no dia 15 de novembro, no Morumbi, mas ele não aceitou. "Cheguei à seleção com o Luxemburgo e vou sair com ele", justificou. "Só vou dirigir o time na Venezuela porque não havia tempo para que a CBF chamasse outro treinador." Como a Copa João Havelange está na metade, Candinho acredita ser difícil trabalhar em alguma equipe ainda este ano. Todas têm técnico.

No entanto, já existem alguns clubes pensando em contatá-lo imediatamente. Um deles é a Portuguesa. O treinador também pode ser convidado pelo São Paulo, caso Levir Culpi seja mesmo confirmado como técnico da seleção brasileira. "Trabalhar em qualquer clube de São Paulo é muito bom", reconheceu.

Seu primeiro plano, contudo, é descansar durante algumas semanas e ficar com a família, fato raro nos últimos dois anos por causa das viagens com a seleção. Embora esteja desempregado a partir de amanhã, Candinho garante não ter nenhuma preocupação quanto ao futuro. "Uma coisa que nunca faltou em minha vida foi convite para trabalhar." Ele é técnico há 22 anos e diz que aprendeu muito com Oswaldo Brandão e Rubens Minelli.

Apesar de estar saindo de forma melancólica, o treinador acha que foram válidos os dois anos em que trabalhou como auxiliar de Luxemburgo. "Aprendi muita coisa nesse tempo e sei que, no futebol, o que conta é resultado", afirmou. "Infelizmente, não conseguimos."

Irreverente, não mudou o comportamento nos últimos dias. Tratou um batalhão de repórteres com a paciência de sempre e não se cansou de responder às mesmas perguntas por diversas vezes. Na hora de expressar sua opinião, não poupou palavras. Quando indagado, por exemplo, sobre o clima difícil da seleção e sobre as declarações do lateral Cafu, de que o ambiente entre os jogadores não era dos mais alegres por causa das incertezas sobre a comissão técnica, ele disse: "Tudo isso é frescura; futebol é dentro de campo e o importante é marcar gols e não sofrer."

O Estado de São Paulo


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