Porto Alegre - "Quando terminou o jogo, não senti mais o chão. Comecei a pensar no que tinha acontecido e, pela primeira vez respirando olimpíada, pensei: quero voltar." O meio-de-rede da seleção masculina de vôlei André Heller, dos altos dos seus intermináveis 1m99, não sabe explicar a derrota para a Argentina, que tirou as chances de o time de Radamés Lattari disputar a semifinal olímpica. Ainda mais depois da impecável primeira fase, na qual o Brasil perdeu só um set em cinco jogos.
"Quando estávamos indo para a Austrália, o pessoal sempre comentava que dia 27 era o jogo da nossa vida", afirma, referindo-se à segunda fase do torneio de vôlei, quando quem perdia caía fora. "O pior é que não pude fazer nada. Não entrei no jogo e sabia que poderia ter ajudado."
André não vê o sexto lugar como derrota. O Brasil, claro, não disputou do quinto ao oitavo lugar com a mesma gana que brigaria pelo pódio, mas sabe da importância de estar entre os seis melhores. Ele embarca na semana que vem para Florianópolis. Vai integrar-se ao novo clube, o Unisul. Lá, disputará as finais do estadual e a Liga 2000/2001, a partir de novembro.
"Acabei de realizar um sonho e para realizar outro preciso agir. Ainda mais que em Atenas estarei com 28 anos", disse.