Sydney - O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, Bernardinho Rezende, admitiu neste sábado, pela primeira vez, que pode dirigir a seleção brasileira masculina. Logo depois da vitória por 3 a 0 sobre os Estados Unidos, que deu ao Brasil o segundo bronze consecutivo no torneio olímpico, o treinador disse estar aberto para discutir a sucessão de Radamés Lattari.
"Neste momento não posso dizer que sim nem que não. Vamos conversar a respeito", disse ele, que está na seleção feminina há sete anos.
Bernardinho disse que até a partida deste sábado, contra os Estados Unidos, não havia cogitado nada a respeito. "Até agora nem deu tempo para pensar nisso. Minha cabeça estava apenas no torneio olímpico, mas agora vamos ver. Eu vou falar com os dirigentes da Federação e conversar com Radamés", disse ele.
Radamés Lattari anunciou há dois dias que vai deixar a direção da seleção masculina, depois de três anos no cargo. Lattari deverá assumir a função de coordenador da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). A definição sobre o futuro, no entanto, deve demorar.
Bernardinho disse que pretende cumprir o compromisso com o clube Rexona e no segundo semestre disputar a Superliga de Vôlei. A discussão em torno da transferência para a equipe masculina, lembra, deverá ser amadurecida ao longo desse período. "Não há nenhum prazo para definição", avisou.
O treinador fez um balanço positivo da campanha da seleção na Olimpíada de Sydney. Disse que o processo de renovação pelo qual a seleção passou se mostrou eficiente. Ele garante que a base está montada. "As mudanças que vierem a ocorrer a partir de agora não serão tão radicais quanto a que fomos obrigados a fazer", diz ele.
Para Bernardinho, a seleção precisa hoje revelar jogadoras em duas posições que considera críticas. "Precisamos de ponteiras passadoras e levantadoras", disse.