Maracaibo (Venezuela) - A reformulação do futebol brasileiro terá início nesta semana. Na partida do dia 15 de novembro, contra a Colômbia, pelas Eliminatórias, em São Paulo, o comando da seleção será outro. Ainda ontem, na Venezuela, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, dava inúmeros telefonemas para confirmar os nomes que encabeçarão o novo projeto.
Respeitando sua origem de empresário de imóveis, Teixeira fez diversas consultas, como se fosse comprar uma casa nova. Entre hoje e amanhã, ele pretende divulgar o nome do novo coordenador técnico, que será mais poderoso do que o treinador.
Depois de Carlos Alberto Parreira, Zagalo, Zico e até do delegado Antônio Lopes, Dunga se tornou o favorito nas últimas horas. Capitão do tetracampeonato mundial, Dunga conta com a simpatia do ex-presidente da Fifa João Havelange, o apoio do presidente do Clube dos 13, o gaúcho e conterrâneo Fábio Koff , e com o respeito do amigo e principal jogador da Seleção, Romário - que não quer Zico de jeito nenhum. O atacante o considera responsável por seu corte na Copa da França.
Agora, Ricardo Gomes E o técnico subalterno a Dunga tem enormes chances de ser um nome inesperado, mas "light", como quer Teixeira: Ricardo Gomes.
O atual técnico do Vitória tem o perfil que agrada Teixeira. Já trabalhou na Europa (jogou e dirigiu o Paris Saint-Germain), não é personalista, divide tarefas, dirige um time baiano - não desagradaria paulistas nem cariocas - e ainda fala inglês e francês fluentemente. Muito amigo de Dunga, só não disputou a Copa de 94 por causa de uma contusão muscular.
É verdade que o técnico Oswaldo de Oliveira ainda está melhor cotado. Mas já começa a enfrentar resistências de seu próprio clube, o Vasco. Pessoas ligadas a Eurico Miranda já souberam que o dirigente ficou irritado com a possibilidade de perder o treinador na reta final da Copa JH.
Seja qual for o resultado de suas "pesquisas", Ricardo Teixeira já deixou claro que nada será como antes. "Dessa nova estrutura eu não abrirei mão.
Sei que é uma novidade porque o futebol brasileiro de décadas para cá passou a cultuar a figura do super-técnico. De agora em diante o técnico trabalhará no campo com os jogadores e só. O coordenador mandará mais do que ele", avisa Teixeira.