Santos - Quando um pequeno grupo de torcedores começou a provocar o atacante Dodô, no coletivo realizado nesta quinta-feira pela manhã na Vila Belmiro, o experiente Edmundo sentiu que poderia ser um lance a mais na crise vivida pelo clube e tratou de acalmar o companheiro. Quando Dodô não resistiu às provocações e revidou com um gesto obsceno, Edmundo passou a tentar convencer os torcedores, para apagar mais um foco da crise séria que o clube está vivendo, depois de ter perdido dois jogos seguidos e empatado outro em casa, caindo para a 12.a colocação no campeonato.
Aqueles que esperavam ver Edmundo justificando o apelido de "Animal" na Vila Belmiro, estão frustrados. Até aqui, ele tem demonstrado uma característica nova, de pacificador, e não perde a oportunidade de mostrar que mudou. Tão logo foi contratado pelo Santos, iniciou um bom relacionamento com os jogadores mais novos, dividindo, lentamente, a liderança do grupo com o experiente Rincón, mesmo sem admitir que essa seja uma pretensão sua.
Depois do empate contra a Ponte sábado passado na Vila Belmiro, Giba procurou passar a responsabilidade pelo mau resultado às falhas cometidas por André Luís e Carlos Germano. Rincón não gostou, criticou o treinador e, para apagar o incêndio, a diretoria resolver reunir na terça-feira o técnico, os quatro jogadores mais experientes - Rincón, Edmundo, Carlos Germano e Valdo - para lavar a roupa suja, reprovando a atitude de Giba e Rincón.
Nesse encontro, realizado às portas fechadas no vestiário do CT Rei Pelé, Edmundo foi o pacificador, ganhando novos pontos nessa nova fase de sua carreira. Giba e Rincón tiveram que se desculpar e o antigo "Animal" saiu mais uma vez fortalecido. Na seqüência, a estrela do capitão Rincón continuou a cair.
Expulso dia 23 de agosto no jogo contra o Juventude, ele foi julgado na quarta-feira e pegou quatro jogos de suspensão. Ele já havia cumprido um jogo automaticamente e tem mais três a cumprir. Só que ele está sem jogar desde a partida contra o Flamengo, dia 23 de setembro, quando foi expulso e teve que ficar fora contra a Ponte e cumpre a segunda dessa série contra o Vasco. Se a diretoria não conseguir o efeito suspensivo, voltará a jogar apenas no dia 11 de novembro, contra a Portuguesa, quando o time pode já não estar precisando de seu futebol.