Rio - Se for aberto o processo por sonegação fiscal contra o atacante Romário, o Ministério Público Federal (MPF) vai pedir uma devassa nas contas do jogador no Brasil e no exterior. O objetivo da medida é verificar se o atacante também cometeu crime de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas.
Na investigação da Polícia Federal (PF) há indícios de que Romário tenha utilizado contas no estrangeiro para burlar o Fisco brasileiro.
O MPF encaminha, hoje, recurso ao Tribunal Regional Federal (TRF) para que seja aceita a denúncia contra o atacante por sonegação fiscal, o que inclui um pedido de quebra do seu sigilo bancário. A juíza da 8ª Vara Federal Criminal, Valéria Caldi Magalhães, vai analisar o pedido no fim de semana para decidir se instaura um processo contra Romário.
A primeira denúncia do MPF foi negada por Valéria, mas, desta vez, há um documento da Receita Federal, publicado ontem pelo Estado, que comprova a sonegação de Imposto de Renda por parte do jogador do Vasco. Assim, o MPF acredita que dificilmente a reivindicação será rejeitada. A decisão da juíza deve ser anunciada no início da próxima semana. Se houver nova negativa, o caso será analisado por um desembargador do TRF.
Contas - Em depoimento à PF, em 1996, a ex-mulher de Romário Mônica Santoro garantiu que eles mantinham contas conjuntas na Espanha, Holanda e Suíça. Segundo ela, o atacante vascaíno estabelecera dois contratos para jogar no Barcelona. Um deles entre o próprio Romário e o clube e outro, entre o time espanhol e a empresa Broadrem Services LTD. Os dois contratos tinham o mesmo objetivo: pagar os rendimentos do jogador, mas com valores diferentes.
O agente responsável pela Broadrem era Giovanni Branchinni, empresário do jogador na época. Segundo Mônica, em depoimento, o dinheiro recebido por este segundo contrato iria para uma conta na Suíça, em nome da Broadrem.
Romário garantiu à PF que o seu salário era tributado na fonte.
Outra investigação gira em torno da venda de três imóveis da Romário Souza Faria Promoções para a empresa Osmatia International LTD, com sede nas Ilhas Virgens. O contador de Romário tinha uma procuração da Osmatia e suspeita-se que os imóveis foram negociados por preços mais baixos do que o normal.