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Receita apresenta provas contra Romário
Sexta-feira, 13 Outubro de 2000, 19h47

Rio de Janeiro - O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou nesta sexta-feira à Justiça Federal recurso para que o atleta Romário, do Vasco, seja indiciado por crime de sonegação fiscal. O MPF e a Receita Federal conseguiram juntar provas de que Romário sonegou mais de R$ 1 milhão ao Imposto de Renda, entre 1993 e 1994, conforme revelou o Estado na edição de quinta-feira.

Primeiro, o documento será analisado pela juíza da 8ª Vara Federal Criminal Valéria Caldi Magalhães. Se ela acatar a denúncia, será instaurado imediatamente uma ação penal contra Romário. A decisão da juíza deverá ser anunciada até quarta-feira. Se Valéria não acolher o pedido do MPF, o recurso vai ser julgado pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF).

O advogado de Romário, Michel Assef, garantiu que o jogador não está preocupado com o recurso. "A juíza já recusou o pedido; ganhei a causa", afirmou ele, informando ter feito contato com Romário para discutir o assunto. "Não será tomada nenhuma medida." Irritado, Assef acusou o MPF de estar querendo aparecer para o público. "Esses procuradores adoram sair no jornal", ironizou, esquecendo-se de que não foi mencionado o nome do procurador responsável pelo caso.

Assef negou a existência de sonegação fiscal por parte de Romário. "Quero ver as provas", enfatizou. Ao ser lembrado de que havia um documento da Receita Federal provando que houve sonegação, o advogado criticou a autarquia governamental. "A Receita sempre acha que a gente está devendo, o que interessa é o parecer da Justiça."

Finalmente, Assef admitiu que Romário pagará as dívida, se for comprovado que sonegou imposto. "Precisa haver uma execução fiscal, o que não aconteceu até agora", lembrou. Romário se esquivou de perguntas sobre o tema.

Luxemburgo - Assef também rebateu as afirmações do procurador do MPF, Flávio Roberto, que ameaça pedir a prisão preventiva de Luxemburgo se o técnico não comparecer ao depoimento marcado pela Justiça Federal. "Ele ainda não foi informado, oficialmente, sobre o assunto", explicou, garantindo que o ex-técnico da seleção vai depôr quando for convocado. "Mas ele precisa ser citado." O advogado negou que Luxemburgo esteja tentando escapar. "Ele só tem de estar no Rio quando for chamado."

O Estado de S.Paulo


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