São Paulo - Inglaterra, Holanda, Alemanha têm coordenadores fortes. Com Wanderley Luxemburgo ficou enterrada a figura do treinador com superpoderes. Houve o arrependimento profundo de ter dado tanta autonomia a Luxemburgo. Antônio Lopes será hierarquicamente mais forte do que o técnico.
Hierarquia será uma palavra-chave na nova relação da Seleção Brasileira.
Lopes já mostrou nos anos que passou no Vasco com Eurico Miranda que costuma obedecer fielmente todas as designaçãoes dos seus superiores. Ele se reportará apenas a Ricardo Teixeira. Serão os dois que definirão o novo treinador. O presidente da CBF não abre mão do perfil de Oswaldo de Oliveira. Ao contrário do enérgico Lopes que costuma apelar até para palavrões na motivação dos times que dirige, Oliveira é um homem de diálogo, que aceita ordens, que conversa com os atletas e foge da superexposição na mídia que marcou Wanderley Luxemburgo.
No Brasil a experiência de coordenador é inédita. Ricardo Teixeira resolveu criá-la para que exista alguém que vigie e participe de cada decisão que envolva a Seleção Brasileira. Nunca um treinador terá seus poderes tão limitados publicamente. Teixeira acredita que não haverá problemas de conflitos, por exemplo, na escalação do time. O motivo é simples: a força do coordenador será bem maior. Por isso fica inviável ter umtreinador alguém com personalidade forte e que não aceite interferências, assim acabaram as chances de Luiz Felipe Scolari.
Ricardo Teixeira quer o coordenador trabalhando muito perto dele. Não há ainda a definição se Antônio Lopes será desligado imediatamente do Atlético Paranaense. Mas é questão fechada a sua permanência no Rio de Janeiro no próximo ano. Lopes começará a trabalhar logo na próxima semana. Candinho tem mínimas chances de dirigir a Seleção contra a Colômbia, dia 15 no Morumbi.
Até lá, a CBF deve anunciar o novo treinador. Se houver alguma dificuldade, Lopes poderá impor desde o preparador físico até o massagista do time que seria dirigido por Candinho. Mas as chances de o banco de reservas ser ocupado por Oswaldo de Oliveira são imensas. Ele é o treinador preferido de Teixeira. Só haverá surpresa se Lopes tiver outro nome e tentar convencer o presidente da CBF. Mas isso é quase impossível.