Porto Alegre - O atacante Serginho está trocando o Internaciona pelo Al Nassr, dos Emirados Árabes. Ele deixa Porto Alegre neste sábado.
Deixando o time em um clima ruim, Serginho não conseguiu escapar do pagamento da multa rescisória por romper o contrato antes do final. O valor não foi confirmado pela diretoria, mas gira em torno de US$ 500 mil.
Se ainda restava alguma dúvida quanto ao mal-estar que Serginho provocava no grupo de jogadores do Inter, ele desapareceu na sexta-feira. Elivélton definiu como lamentável e infeliz a atitude do atacante, que criticou os zagueiros no intervalo da partida contra a Portuguesa, quarta-feira. O volante Carlinhos também não poupou o ex-colega.
"Antes, o ataque não fazia gols e a defesa segurava. Não é justo que a gente passe os nossos problemas para fora", disse.
Já na quinta-feira, Elivélton alertava que a vaidade de Serginho estava corroendo a unidade do grupo. Sexta, o meia foi ainda mais direto em sua crítica.
"Não sei o que há com ele", disse. "Nós o recebemos de braços abertos e agora somos surpreendidos com essas declarações. Ele foi infeliz. As pessoas precisam ter sabedoria na hora de falar as coisas."
Elivélton também lamentou que Serginho tenha feito as críticas já sabendo que estava sendo negociado, deixando a responsabilidade de classificar o time para os jogadores que ficam.
Consultor na área comportamental, o médico Nélson Spritzer preferiu não citar nomes, mas disse que o afastamento de fontes de tensão sempre gera efeitos positivos. Na sua opinião, jogadores que estejam contrariados devem canalizar seu descontentamento de forma positiva. "A discordância não pode quebrar a unidade do grupo", disse.
Mesmo considerando Serginho uma peça importante em seu esquema, o técnico Zé Mário não relutou em momento algum em aceitar a sua saída. Chegou a dizer que, ao comparar o atacante a Romário e Edmundo, referia-se apenas ao seu comportamento fora do campo.