São Paulo - Antônio Lopes, novo coordenador técnico da seleção brasileira, e Ricardo Teixeira, presidente da CBF, reuniram-se sábado no sítio do dirigente, em Piraí, no Rio de Janeiro, para definir a nova composição da comissão técnica e o futuro da seleção.

Lopes, com poder total para indicar o técnico, disse que não tem pressa para escolher o sucessor de Wanderley Luxemburgo. "O treinador deve sair só no próximo ano", comentou o coordenador.

Oswaldo de Oliveira, que comandou o Vasco sábado no empate (1 a 1) com o Santos, e Carlos Alberto Parreira, que dirigiu o Atlético-MG na derrota (3 a 2) para o Palmeiras, são os mais fortes candidatos.

Parreira não quis comentar seu possível retorno à seleção. Preferiu elogiar o eleito. "A indicação foi muito bem feita. Parabenizo a CBF pela escolha, primeiro do coordenador para depois definir o técnico. Conheço o Lopes desde 1965/66, quando cursamos a universidade. São mais de 35 anos de convivência. Trata-se de um profissional brilhante, que foi campeão em quase todos os clubes que dirigiu. Ele vai ajudar a CBF a reorganizar a seleção."

Os detalhes da reunião no sítio em Piraí não foram revelados. Ricardo Teixeira apenas anunciou, em nota oficial, Antônio Lopes como coordenador. Não está descartada a possibilidade de o dirigente revelar até segunda-feira o nome do diretor de seleções, com Falcão largando na frente.

"Vou presidir os trabalhos da comissão técnica fazendo uma fiscalização e um assessoramento", disse Lopes depois de ser anunciado oficialmente no cargo.

O presidente da CBF delegou ao coordenador a tarefa de esolher o novo treinador, sem sua interferência. "Tenho na cabeça alguns nomes", revelou Lopes, que vai sondar pessoalmente os candidatos. O técnico, disse, só deve ser anunciado no próximo ano. "Não seria bom tirar um treinador de um clube agora."

Candinho deve comandar a seleção na partida contra a Colômbia, em novembro, a pedido do próprio Lopes. Ele vai estar ao lado de Candinho nesse jogo, inclusive interferindo na convocação. "Haverá um comum acordo para escolher os jogadores", disse Lopes.

O coordenador opinará em todas as convocações. Por isso espera eleger um técnico com quem tenha boa relação. "Quero trabalhar com pessoas que conheço", disse, ressaltando que levará em conta "o currículo e a competência" para decidir. "Além disso, tem de ser um treinador que saiba trabalhar em equipe."

Evitando especulações Nome preferido de Ricardo Teixeira, Oswaldo de Oliveira, o técnico do Vasco, continua muito bem cotado. Oswaldinho evitou o assunto sábado na Vila Belmiro, antes e depois do jogo com o Santos.

O restante da comissão técnica também será definido por Lopes, que continua no Atlético-PR pelo menos até o fim do ano. O novo coordenador adiantou que Romário terá presença permanente na seleção. "O critério é chamar os melhores do momento."

Romário retribuiu, jogando confetes no eleito por Ricardo Teixeira. "O Lopes é uma grande pessoa, por quem tenho muito carinho. Mas acima disso é um grande profissional, que vai acrescentar muito para a seleção. Se tenho lugar garantido ou não na seleção, isso não interessa. Quem convoca o jogador é o próprio jogador. Basta atuar bem e, no meu caso, continuar marcando gols."

Lopes, de 59 anos, foi escolhido pelo presidente da CBF por ser experiente, disciplinador e saber comandar. Mas é flexível e sabe relacionar-se com as estrelas. Também tem bom trânsito com treinadores e dirigentes. E é muito amigo de Eurico Miranda, vice-presidente de Futebol do Vasco.

"Entendo que trabalhar na seleção modifica a carreira de qualquer um", disse Lopes, que também garantiu: está preparado para exercer a função porque já fez de tudo no futebol. "Fui jogador, treinador de goleiro, preparador físico, auxiliar e técnico."

O contato foi feito por Ricardo Texeira na quinta-feira e a contratação, na sexta.

Jornal da Tarde