São Paulo - Muita gente acredita que, por causa da definição do Mundial de Pilotos, no Japão, não haverá mais tanto interesse pela última etapa do campeonato no dia 22, em Sepang, na Malásia.
Para as escuderias Ferrari e McLaren, contudo, que disputam o título de construtores, a prova tem grande importância.
Como dizem os diretores das indústrias automobilísticas que investem na F-1, mensurar o retorno direto desses sucessos é bastante complexo, mas institucionalmente a capitalização é expressiva. Até dentro da própria Fórmula 1 há quem dê mais valor a esse título que ao de pilotos.
Como Frank Williams. "Os pilotos passam e as equipes permanecem", argumenta ele, que já venceu nove vezes a disputa.
Se a Ferrari vencer a McLaren na Malásia, como parece provável em razão da sua enorme vantagem matemática (156 a 143), os italianos passarão à primeira colocação isolada nesse ranking, já que hoje têm nove títulos, como a Williams. Mas se a McLaren surpreender e vencer o Mundial haverá um tríplice empate na primeira colocação: Ferrari, Williams e McLaren, todos com nove títulos de construtores.
A história dessa competição teve início em 1958, quando as quatro vitórias de Stirling Moss naquela temporada de 11 etapas deu à equipe inglesa Vanwall o primeiro título de construtores. A exemplo dos três outros campeonatos anteriores, porém, Moss acabaria como vice-campeão entre os pilotos. O Mundial de Pilotos começou a ser disputado em 1950, com a criação da Fórmula 1.
Em 1959, o australiano Jack Brabham venceu em Mônaco e em Aintree, na Inglaterra, e levou o título de pilotos e de construtores para seu time, Copper, que corria com motor Climax. No ano seguinte, 1960, Brabham dominou o campeonato com cinco vitórias -Holanda, Bélgica, França, Grã-Bretanha e Portugal. Resultado: Brabham e a Cooper-Climax tornaram-se bicampeões.
Foi em 1961 que a Ferrari pela primeira vez levou o Mundial de Construtores, com cinco vitórias no ano. Os outros oito títulos vieram nos campeonatos de 1964, 1975, 1976, 1977, 1979, 1982, 1983 e 1999. A inglesa BRM ficou com o título em 1962, quando Graham Hill conquistou seu primeiro título.
No Mundial do ano seguinte surgiria entre os campeões uma equipe que faria história na F-1 -a Lotus. O revolucionário modelo 25 deu a outra lenda das pistas, Jim Clark, o título de pilotos em 1963 e à Lotus o de construtores.
Colin Chapman, um engenheiro com origem na aeronáutica, fundador da escuderia, introduziu no modelo 25 o conceito de monocoque para o chassi. A Lotus seria ainda campeã em 1965, 1968, 1970, 1972, 1973 e 1978, tendo conquistado sete títulos.